Por Fabiano Tito Rosa
Não vou entrar nos méritos. Mas o fato é que as ações do Ministério Público e da Polícia Federal no Pará e Rondônia têm servido, ao menos, para “bagunçar” o mercado do boi gordo. Ninguém sabe de quem pode comprar e para quem pode vender, levando à retração do ritmo dos negócios e à desvalorização da arroba.
Ao final, todos os pecuaristas saem prejudicados. Sem exceção.
No decorrer do mês de junho (até dia 19) a Scot Consultoria registrou desvalorização de 0,9% para a arroba do boi gordo, considerando a média de 28 praças pesquisadas.
As maiores retrações foram registradas justamente no Pará: -5,6% em Marabá e -7,0% na região de Redenção.
Em Rondônia, onde o mercado se mostrava relativamente firme, o boi recuou dois dias seguidos (18 e 19), passando de R$70,00/@ para R$68,00/@. Isso graças à “Operação Abate”.
Estive na Feicorte na semana passada, em São Paulo, e o futuro da pecuária na Amazônia Legal era o tema que dominava todas as rodas de discussão.
Logística deficiente, invasões de terra, pressões sócio-ambientais, ações do Ministério Público, ações da Polícia Federal, corrupção deslavada, preconceito, desgaste de imagem… será que dá para continuar produzindo carne no Norte do Brasil?