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Problemas do pós parto em porcas: causas e prevenção

Os problemas do pós-parto na fêmea suína revestem-se de grande importância, principalmente pela variedade de sintomas e grau de severidade com que se manifestam, bem como pelo impacto que causam na produtividade do rebanho.

Diversas denominações são utilizadas para esses problemas, sendo a mais usada tecnicamente a de Síndrome ou Complexo MMA (Mamime-Metrite-Agalaxia), conhecida mais popularmente como corrimento vulvar ou febre do leite da porca.

Em geral, o problema tem início 1 a 3 dias após o parto, com ocorrência de febre, redução na produção de leite e com corrimento ou descarga vulvar purulenta, de coloração variável, geralmente com mau cheiro.

De acordo com a gravidade, o corrimento pode ser em grande quantidade, sendo facilmente observado no momento da amamentação. Em decorrência da falta de leite (agalaxia), são observados leitões com fome, que ficam fracos e a mortalidade pode ser alta. É importante que não ocorra confundimento com o corrimento normal pós-parto, que pode durar até 5 dias.

Os sintomas mais seguros para a identificação dos problemas pós-parto são:

  • febre acima de 39,7ºC;
  • diminuição ou falta de apetite (anorexia);
  • diminuição ou falta de leite (leitões fracos e manifestando fome).

A severidade e a incidência do problema variam entre granjas e sua ocorrência pode ser estimada entre 3 e 14% das porcas que parem. A MMA pode ser provocada por diversos microrganismos que normalmente estão presentes nas fezes das porcas e que, em condições de higiene inadequada, penetram pela vagina e provocam infecção na bexiga e/ou útero. Entretanto, existem alguns fatores que tornam as porcas mais susceptíveis ao problema pós-parto.

As porcas com maior probabilidade de apresentarem o complexo MMA são:

  • as mais velhas (5º parto em diante);
  • aquelas cuja duração do parto é acima de 5 horas;
  • portadoras de infecções urinárias;
  • aquelas que sofreram intervenção durante o parto;
  • aquelas que pariram leitegada grande (13 ou mais leitões);
  • aquelas que apresentam excesso de peso corporal;
  • aquelas com pouca atividade física e com problemas locomotores.

É importante ressaltar que esses fatores predisponentes nem sempre contribuem de modo simultâneo para o aparecimento da doença. Cada criação tem suas particularidades quanto as condições de alimentação, genética, alojamento, higiene e manejo dos animais, as quais concorrerão facilitando ou não a ocorrência desses problemas.

No interior de cada rebanho, existe ainda o fator “individual”, e cada porca poderá reagir de maneira diferente frente aos fatores de risco.

Medidas preventivas

Diretamente tomadas pelo produtor:

  • melhorar a higiene e limpeza da baia (limpar 3 vezes ao dia) nos 5 dias antes e após o parto;
  • manejar as porcas em lotes de parição e promover um vazio sanitário das instalações de 7 dias;
  • cada porca antes da entrada na maternidade;
  • reduzir a ração desde o 4º dia antes do parto para 1 kg + 200 g de alimento fibroso, como o farelo de trigo;
  • adicionar uma colher de soja de sal amargo/dia na ração individual da porca, do 4º dia antes do parto até a parição;
  • aumentar ½ kg de ração/dia desde a parição até o 8º dia pós-parto;
  • adicionar 3,0 kg de cloreto de amônia/ton. de ração, 5 dias antes e 5 dias após o parto (prevenção da cistite).

Para serem tomadas sob orientação do médico veterinário:

  • indução de parto aos 112 dias de gestação com luteolíticos;
  • vacinar as porcas contra a colibacilose, aos 100 dias de gestação. No caso de leitoas vacinar aos 70 dias de gestação (1ª dose) e repetir aos 100 dias;
  • usar um antimicrobiano injetável de longa ação: uma dose no dia do parto ou um antimicrobiano via oral, 2 dias antes e 2 dias após o parto.

Observações:

  • consulte um médico veterinário para orientar no tratamento das porcas afetadas;
  • iniciar o tratamento logo que forem observados os primeiros sintomas;
  • quando a temperatura do animal ultrapassar 39,7ºC (6 horas após o parto) temos um sintoma importante sinalizando o início do problema.
  • Caso a granja tenha alta ocorrência de MMA (mais do que 10% das porcas paridas) é necessário uma avaliação global do rebanho feita por um especialista em sanidade suína para identificar e corrigir os fatores predisponentes e elaborar uma estratégia de controle.
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