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Morosidade nas vendas de carne, couro e sebo seguram as cotações da arroba

Por Fabiano Tito Rosa

Que tem pouco boi no mercado todo mundo sabe. As escalas em São Paulo, por exemplo, atendem cerca de 3 dias, de acordo com levantamento da Scot Consultoria.

Ainda assim, a cotação da arroba está subindo em doses homeopáticas. Isso porque a margem da indústria está minguando.

Ontem destacamos que a defasagem do equivalente físico (carcaça com osso) para o boi gordo está na casa dos 12%, sendo que há alguns meses estava em 8%.

Logicamente que o frigorífico não vende só carne. O problema é que o couro e o sebo, outros importantes componentes de receita da indústria, também não estão ajudando.

O couro esteve em queda ao longo dos últimos dois anos. O sebo, com a chegada do frio (que afeta negativamente a demanda pelo produto), passou de R$1,40/kg para R$1,30/kg em apenas duas semanas.

Ontem o Equivalente Scot (que considera a carcaça com osso, o couro e o sebo) estava em R$74,28/@, mais de 9% abaixo da cotação do boi gordo paulista, R$82,00/@, sendo que já existem negócios na casa de R$83,00/@.

Entenda dessa forma: com a venda da carne, do couro e do sebo, o frigorífico não consegue pagar o boi. Faltam R$7,72/@, que ele vai ter que tirar das farinhas e dos miúdos.

Se a gente colocar tudo na conta (carne com osso, couro, sebo, farinhas e miúdos), chegamos ao Equivalente Scot Carcaça, que ontem estava em R$89,58/@. Nesse caso, a diferença em relação aos R$82,00/@ do boi gordo é de +9%.

Só que, nesse “espaço”, a indústria tem que conseguir encaixar todos os outros custos, como mão-de-obra, água, luz, transporte, depreciações, etc.

As expectativas agora estão focadas no desempenho das vendas de carne a partir dos próximos dias, em função do pagamento de salários.

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