Jaracatiá é uma fruta brasileira muito apreciada na culinária.
No município de São Pedro, São Paulo, ela até se tornou um símbolo.
O jaracatiá é uma fruta brasileira muito apreciada na culinária. Também conhecida por mamão bravo, por causa do leite ácido que escorre dela, não é cultivada comercialmente, mas é bem fácil encontrar alguns pés espalhados pelos sítios. No município de São Pedro, em São Paulo, até se tornou um símbolo e em algumas escolas rurais, virou tema obrigatório de estudo.
No fundo do sítio, pai e filho usam um cano de PVC para dar as batidas precisas nos galhos, com cuidado para não machucar os frutos.
É assim a colheita do jaracatiá em São Pedro, interior de São Paulo. Os frutos que caem, vão para um balde, tudo bem artesanal, e o manejo da lavoura acompanha esse trato caseiro mantido há gerações pelos produtores.
A árvore nativa do Brasil é mais comum nas regiões de cerrado, mas adaptou-se bem a Serra de São Pedro e acabou virando tradição entre as famílias que vivem na zona rural.
O pé de jaracatiá pode atingir 20 metros de altura e a fruta também pode ser encontrada em países das Américas do Sul e Central.
O agricultor Dorival Dorigan explica que o pé só carrega se tiver o macho e a fêmea, o difícil é saber a diferença.
O fruto também tem seus segredos, tanto que mesmo quando estão madurinhos no pé, nenhuma ave se arrisca degustar.
Para aprender o jeito certo de comer, umas das doceiras mais conhecidas da cidade, Zuleika Coletta, conta que aprendeu a comer o jaracatiá com a mãe.
A receita do doce é simples, leva só açúcar e cravo, mas dependendo da quantidade de frutos, o preparo pode levar até dois dias. O maior desafio é tirar o leite. “Esse leite é muito ácido, chega a machucar a mão, por isso, quem vai manusear precisa usar luva”, alerta.
São várias lavagens, até que todo líquido ácido seja removido. O resultado compensa.
O sabor diferente e tradicional levou o jaracatiá para dentro das salas de aula. Em uma escola de ensino básico, que fica na zona rural de São Pedro, há 4 anos os professores passaram a utilizar o jaracatiá em projetos educativos. Durante uma semana todos os alunos participam de atividades que envolvem o fruto e o resultado é apresentado para todo município no Festival do Jaracatiá.
Cada classe inventou um doce diferente, teve gelado de jaracatiá, bolo, cupcake e até bombom.
Fonte: Globo Rural
