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Galinha caipira – manejo da alimentação

A alimentação influencia diretamente na produção de ovos, carne, ou de ambos, na criação de galinhas caipiras. Portanto, o correto manejo da alimentação dessas aves é fator primordial para o sucesso do empreendimento.

Para se ter uma ideia, quando as galinhas caipiras têm uma alimentação com menores quantidades de alimentos concentrados (milho, farelo de soja,  etc.), a produtividade é reduzida, e o manejo alimentar passa a ser definidor do sistema de produção adotado.

No sistema caipira, tem-se quatro opções de produção. Pode-se produzir ovos, frangos de corte, pintos de um dia ou frangas de reposição. E ainda, fazer uma ou mais combinações com estas alternativas.

galinha caipipira

A alimentação influencia diretamente na produção de ovos, carne, ou de ambos, na criação de galinhas caipiras

Em função das condições climáticas, da facilidade de obtenção dos insumos necessários e do mercado consumidor, o produtor pode definir o volume da produção, ou seja, o número de aves produzidas, e o sistema em que as aves serão criadas. Seja ele qual for, o manejo da alimentação deverá ser realizado com a máxima atenção, evitando-se desperdício de tempo e investimento.

galinha caipipira

O manejo da alimentação tem como objetivo suprir os requerimentos nutricionais das aves Foto: Reprodução

O manejo da alimentação tem como objetivo principal suprir os requerimentos nutricionais das aves em todo o seu período de desenvolvimento e de produção, otimizando o crescimento, a eficiência produtiva e a lucratividade da exploração, já que o custo com alimentos representa cerca de 75% do custo total de produção. 

“O uso de alimentos alternativos permite, assim, reduzir os custos com a alimentação”, afirma o professor Luiz Fernando T. Albino, do curso Criação de Frango e Galinha Caipira, elaborado pelo CPT – centro de Produções Técnicas.

Num sistema extensivo de criação, as aves ficam totalmente soltas e consomem o que encontrarem disponível no campo, mas alguns criadores, na tentativa de melhorar o desempenho, fornecem sobras de comida (verduras, sobras de arroz etc.), milho, etc.

Já em sistemas de criação onde é fornecida uma ração balanceada, esta deve ser disposta em comedouros, protegidos do sol e da chuva, que deverão ficar no interior da construção. Os comedouros podem, também, ficar na área de pastagem desde que sejam guardados assim que houver ameaça de chuva e devem ser sempre trocados de local, para não deteriorar a qualidade do pasto que está próximo a ele.

A ração inicial, tanto para corte quanto para postura, deve ser fornecida de forma balanceada. Este é o período que define o potencial produtivo do lote. Os ingredientes não convencionais podem e devem ser utilizados para minimizar os custos, desde que não apresentem fatores antinutricionais que comprometam o desempenho das aves.

galinha caipipira

Num sistema extensivo de criação, as aves ficam totalmente soltas e consomem o que encontrarem disponível no campo Foto: Reprodução

O fornecimento da ração para frango está relacionado com a qualidade e o tamanho da área de pastagem destinada a cada ave. Assim, numa criação de aves caipiras na qual sejam fornecidos 50% de consumo à vontade, as galinhas necessitariam de 4,0 a 5,0 m2 de pasto por ave. No caso de fornecimento de 80% do consumo à vontade, esta área seria reduzida para apenas 3,0 a 4,0 m2. 

No sistema de confinamento, um frango alimentado apenas de ração consome em média, até 60 dias de idade, seis quilos de ração. A alimentação voltada para a produção de carne ou de ovos deve atender as necessidades de manutenção e de produção das aves. 

Em geral, toma-se por base o fornecimento de ração balanceada, que é em torno de 70% do que as aves consumiriam caso fossem alimentadas somente com ração. Com a ração balanceada, as aves rapidamente ganham peso e aumentam a produção de ovos, obtendo o máximo de aproveitamento do seu potencial de crescimento.

A ração para frangos pode ser utilizada no sistema caipira, desde que balanceada especificamente para frangos de corte e poedeiras, e formulada para atender as exigências nutricionais de cada fase da criação. Esta é a dificuldade de apresentar fórmulas prontas e acabadas.

O que é necessário para formular rações na propriedade?

Em primeiro lugar, deve-se conhecer:

– As exigências nutricionais das aves;

– As tabelas de composição química dos ingredientes; e

– Os fatores econômicos envolvidos.

Os principais ingredientes possíveis de serem utilizados na fabricação de rações são:

– Fontes Energéticas: milho, sorgo, triguilho, triticale, quirera de arroz, farelo de trigo, óleo de gomado de soja, gordura animal, raspa de mandioca, farelo de arroz.

– Fontes Proteicas: Farelo de soja, farelo de algodão, farelo de amendoim, farelo de girassol, farelo de glúten, levedura de álcool, farelo de canola, soja integral processada;

– Fontes Minerais: Calcário calcítico, farinha de ossos calcinada, fosfato bicálcico, sal comum, fosfato monoamônio;

– Micronutrientes: Mistura de minerais e vitaminas (premix).

É importante esclarecer todas as rações deverão ser complementadas com sal mineral e vitaminas e, se necessário, com DL-Metionina, para atender as exigências das diferentes categorias de aves.

As rações representam algo em torno de 70 % dos custos de produção das aves. Este é um bom motivo para se preocupar com a sua qualidade seja ela comprada pronta ou fabricada. O manuseio e o armazenamento corretos serão importantes elementos de economia e de manutenção da qualidade.

O aspecto físico da ração também influencia no seu aproveitamento e conservação. A ração farelada é a forma original do momento da elaboração da ração. As peletizadas são feitas com tratamento de vapor e compressão, produzindo pellets com os ingredientes fortemente aderidos, o que irá impedir desperdícios e diminuir a ação de contaminantes. 

Apesar do maior custo, proporcionará melhor desempenho para as aves. A ração triturada nada mais é que a peletizada, triturada em fragmentos menores, ideal para a fase inicial das aves.

galinha caipipira

Fontes Energéticas: milho, sorgo, triguilho, triticale, quirera de arroz, farelo de trigo, óleo de gomado de soja, gordura animal, raspa de mandioca, farelo de arroz

As rações e as matérias-primas devem ser armazenadas em locais adequados para assegurar a qualidade nutricional dos alimentos e evitar desenvolvimento de fungos prejudiciais às aves. O controle de insetos, roedores e pássaros é também muito importante. Deve-se ter um planejamento que evite a necessidade de armazenamento por longos períodos.

           

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