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Tratamento de doenças respiratórias de bezerros (Parte 2)

As doenças respiratórias em bovinos podem atingir pulmões, boca, faringe, fossas nasais, laringe, brônquios, traqueia, diafragma, bronquíolos e alvéolos pulmonares. São delicadas e devem ser diagnosticadas e tratadas rapidamente porque representam risco de perdas significativas nos rebanhos.

Perdas

Os prejuízos causados pelas doenças respiratórias são diversos. Pode haver perdas de bezerros, custos com medicação, perda de peso dos animais ou crescimento retardado deles.

No rebanho de bovinos leiteiros

  • Novilhas podem ter atraso no primeiro cio.
  • Há baixo índice de fertilidade.
  • É registrada baixa produtividade leiteira, consequência de um animal subdesenvolvido.

No rebanho bovinos de corte

  • À medida que se intensifica a produção com cruzamentos industriais e aumenta o número de animais por metro quadrado, há o aumento da incidência da doença.
  • Perdas chegam a 40kg/cabeça/ano, dependendo do grau de infestação.

Principais regras para controle das doenças respiratórias

  • Instalações: o bezerreiro deve ficar acima do curral, compatível com o número de bezerros do plantel, de fácil limpeza e desinfecção, sem umidade com incidência do sol, evitando chuvas e ventos, propiciando ambiente com conforto animal.
  • Separação de bezerros por faixa etária.
  • Elaboração do calendário sanitário (manejo, vacinas, vermifugações, controle de ectoparasitas).
  • Nutrição conforme as exigências de cada categoria animal.
  • Nascimento em pasto seco e limpo (piquete maternidade).
  • Fornecimento do colostro nas primeiras horas após o parto, corte e cura do umbigo com solução de iodo a 10%.
  • Evitar acesso a pastos abaixo do curral, em baixadas. São locais úmidos, frios e com maior concentração de parasitas pulmonares. A divisão dos pastos com vedação de 40 a 50 dias é uma forma natural de controle pela quebra do ciclo dos vermes.
  • Bezerros adquiridos devem ficar em um pasto isolado no qual serão observados, vermifugados e vacinados antes de serem introduzidos no rebanho.
  • Não adquirir animais de propriedades sem controle sanitário. Ao invés de ter um animal produtivo, poderá estar adquirindo problemas e doenças.
  • Isolar os animais doentes, evitando a contaminação dos demais.

Depois do diagnóstico

  • O tratamento deve ser prescrito apenas por médico-veterinário, que após o exame clínico e laboratorial determinará a medicação e manejo específicos de acordo com o agente causador da broncopneumonia e seu grau de ocorrência no rebanho.
  • A aplicação de medicamentos por conta própria pelo fazendeiro pode, além de não curar plenamente o bezerro – devido a aplicação e intervalo de doses inadequadas, não utilização de um ou mais produtos específicos e por período de tratamento não compatível com o agente infeccioso –, levar ao aumento da resistência de micro-organismos e vermes. Tal situação torna mais difícil o tratamento do animal e de outros que adquirirem a doença posteriormente.

Uso de abrigos individuais

  • A construção de abrigos individuais é um meio eficaz para o tratamento, desde que seja bem projetado, dimensionado e manejado.
  • Permite melhor acompanhamento da saúde e nutrição de cada animal e estimula o desenvolvimento da resistência adquirida, pois, logo após apartado, este já permanece diretamente em contato com o meio ambiente, afastado das outras categorias animais, de instalações e pastos responsáveis pela presença e agravamento das infecções.

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