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Soja Torrada aumenta a produção de vacas

Por quanto tempo e a que temperatura os grãos de soja devem ser torrados para se obter os maiores benefícios nutritivos para vacas leiteiras?

Encontrar respostas para essa pergunta tem sido a meta principal dos cientistas do ARS, que trabalham no U.S. Dairy Forage Research Center, em Madison, no estado de Wisconsin (EUA).

Sob o comando de Larry D. Satter, os pesquisadores demonstraram as vantagens de alimentar vacas com grãos de soja apropriadamente aquecidos. A técnica já tem sido usada pelos produtores de soja do estado, que nos três últimos anos quase dobraram suas áreas cultivadas, como reação ao novo mercado desenvolvido para seus produtos.

“A alimentação com grãos de soja torrados e inteiros está se tornando cada vez mais popular entre os pecuaristas”, afirma Satter. “Eles buscam suplementos alimentares para as dietas dos animais com uma saborosa fonte de proteínas e energia”.

ENERGIA CONCENTRADA

A soja é excelente fonte de calorias concentradas para vacas leiteiras por causa do seu conteúdo de óleo. Contém também, grande quantidade de proteínas ricas em lisina, um aminoácido essencial para a boa produção de leite.

Essa é uma excelente notícia para os pecuaristas, porque o sistema digestivo das vacas pode causar enorme desperdício de proteínas. Bactérias existentes no rúmen – o primeiro dos quatro compartimentos do estômago bovino – decompõem a proteína, além de produzí-la. No entanto, frequentemente, as bactérias decompõem mais proteínas do que o total que produzem, o que acaba resultando em desperdício. “O desafio está em conseguir proteínas alimentares que resistam ao processo de decomposição e que continuem disponíveis mais tarde, para a absorção pelo intestino delgado”, explica Satter. Comprovou-se que o aquecimento dos grãos de soja aumenta a quantidade de proteína que resiste à ação das bactérias no rúmen.

No entanto, os pecuaristas que podem pagar de U$50 a U$70 por tonelada de soja torrada nem sempre recebem os benefícios por causa de métodos inapropriados usados para torrar a soja. No passado, era bastante comum que os processadores não aquecessem a soja o suficiente, até por não existirem dados referentes às temperaturas as quais deveria ser utilizada.

Ao mesmo tempo que um aquecimento insuficiente não consegue converter a proteína da soja em proteínas aproveitáveis mais tarde, o excesso de calor faz com que essa proteína não possa ser extraída em grandes quantidades. “Nas duas alternativas as vacas são prejudicadas do ponto de vista nutritivo e os produtores jogam dinheiro fora comprando soja torrada cujos efeitos não são melhores do que os da soja crua”.

Há uns seis anos, ele e os pesquisadores no centro começaram a explorar o que acontece quando a soja é torrada. Queriam determinar quanto calor realmente é necessário. Testaram sojas aquecidas a várias temperaturas, para constatar seus índices de proteínas imune às bactérias e também a quantidade de lisina que estaria à disposição no intestino delgado.

Constataram que o melhor tratamento consiste em aquecer os grãos de soja a uma temperatura de 140º (graus Celsius), mantendo-os neste patamar durante meia hora antes de resfriá-los. A manutenção desta temperatura durante 30 minutos permite que o calor penetre nos grãos de soja. Este método também é suficiente para que a proteína reaja com o açucar, formando um complexo resistente à dissolução no rúmen.

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