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Safra 2013/2014 será menor que a 2012/2013, diz André Pessôa

Variações climáticas intensas e ataques de lagarta “Falsa Medideira” prejudicaram a produtividade das lavouras de soja e milho

O consultor agrícola André Pessôa, organizador do Rally da Safra, revelou nesta terça-feira (1/4), em São Paulo, que a safra de grãos 2013/2014 deve ser menor que a safra da temporada 2012/2013. As estimativas apresentadas apontam para uma safra de grãos de 188,1 milhões de toneladas (86,9 milhões de toneladas de soja, 30 milhões de toneladas de milho verão e 41,2 milhões de toneladas de milho safrinha), enquanto a safra do ano passado foi de 189 milhões. 

“Esperávamos ter um comportamento climático bom nesta safra, mas isso não aconteceu e, por isso não vamos ter uma safra recorde”, disse o agrônomo. “E dificilmente na safra 2014/2015 conseguiremos ultrapassar os Estados Unidos”.

Esses números, segundo ele, devem mudar pouco até o final da colheita. “Pode sim, haver surpresa, para mais ou para menos, como números de algumas regiões do Rio Grande do Sul, Mapitoba ou do Vale do Araguaia, no Mato Grosso, mas estamos certos de que a variação será mínima”. Ainda de acordo com o consultor, a maior frustração desta temporada foi o milho, que sofreu uma redução de quase 10 milhões de toneladas.

Pessôa disse que os principais fatores que atrapalharam a produtividade das lavouras foram as instabilidades climáticas ocorridas em todas as regiões produtoras, inclusive muitas variações em microrregiões, e a ocorrência de pragas como a lagarta Falsa Medideira e a Mosca Branca. “Ela [a falsa medireira] estava lá quietinha, enquanto todo mundo se preocupou em controlar a Helicoverpa Armígera e deu do que deu”, afirmou. “Em algumas cidades, como Luis Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, o problema foi a mosca branca na soja, até porque lá elas também atacam as lavouras de algodão”.

Segundo Pessôa, nesta safra, o Rally percorreu 65 mil quilômetros entre as regiões produtoras (97% da produção de soja e 73% da produção de milho) nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia (Oeste), Piauí e Maranhão. Segundo ele, todas as lavouras analisadas apresentaram condições muito irregulares, com diferenças muito grandes entre a análise visual e a técnica. “O comportamento do clima dificultou demais a avaliação das lavouras e isso ainda gerou uma dispersão muito grande de informações no mercado”, diz ele.

“Nos estados da região sul, a estiagem prejudicou bastante as lavouras, enquanto em Mato Grosso, foi o excesso de chuvas”, explica. Ainda de acordo com ele, essas irregularidades levaram os produtores a intensificar o uso de defensivos químicos, que na média geral, ficou em seis aplicações, o que impactou o custo de produção da soja por hectare em 12% (em relação a safra anterior) em Mato Grosso.

Outra surpresa para as equipes do Rally da Safra foi a área destinada à soja safrinha, inicialmente estimada em 500 mil hectares em Mato Grosso. Segundo ele, foi possível estimar que esta área seja de 120 mil hectares, no máximo. Já a área total plantada com grãos nesta safra deve ser de 55,6 milhões de hectares, dos quais 29,8 milhões de hectares, um crescimento de 7,6% em relação a safra 2012/2013.

 

POR: VIVIANE TAGUCHI

FONTE: GLOBO RURAL

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