Agronegócio

Reaproveitamento de Resíduos: Evolução em curso

Disseminar os benefícios de técnicas e processos inovadoras pode ser o maior desafio em qualquer área de conhecimento, nem sempre pela resistência dos produtores. Com frequência, hábitos culturais não preservados influenciam, como uma consciência, de certa forma, adormecida. Às antigas fazendas de Minas Gerais nunca faltou a cultura do aproveitamento de produtos do campo nos currais e cochos, diz Paulo Afonso Romano, secretário-adjunto estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Temos evoluído muito. Não há como negar que as questões ambientais e econômicas se encontram e convergem quando se quer alcançar a sustentabilidade.”

Estímulos do poder público têm contribuído, alguns deles provocando embates, como a nova legislação florestal. O governo mineiro lançou um programa batizado de Sustentabilidade e infraestrutura no campo com o objetivo de convencer os proprietários rurais a se anteciparem às exigências legais, no intuito da prevenção. Segundo Paulo Romano, foi desenvolvida e testada, neste ano, em 1 mil fazendas no estado, metodologia para adequação socioeconômica e ambiental, diante de uma série de indicadores de sustentabilidade em agrossistemas compatíveis com a legislação. A meta é identificar problemas e riscos, à luz de um mapeamento completo dos empreendimentos rurais, que usa o georreferenciamento.

Dependendo do tamanho da propriedade e das atividades desenvolvidas, o retorno ao sistema de produção do que era descarte ou foi retirado do solo torna-se mais regra do que exceção, para Pierre Vilela, coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). “São processos que aumentam a sustentabilidade da fazenda, porque reduzem a necessidade de insumos externos, mas é necessário o desenvolvimento de mais tecnologia”, afirma.

Outra explicação para o aumento da demanda por tecnologia nesse campo está no esforço do produtor de evitar o desgaste das áreas em produção, tendo em vista a escassez do espaço disponível para o desenvolvimento do agronegócio, sob pressão da ocupação urbana e dos ambientalistas. Pierre Vilela destaca, nesse ponto de vista, que o interesse por processos de reaproveitamento de resíduos costuma ser menor quanto mais extensiva for a atividade rural. Criações mais intensivas, por suas próprias características, como as de suínos e bovinos de corte, e a olericultura, demonstram mais percepção quanto aos benefícios da tecnologia.

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