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Problemas no MS atrasam status sanitário do PR

SC obteve ontem junto à OIE condição inédita de área livre sem vacinação O Comitê Internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu ontem o Estado de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação. O status sanitário é inédito no País e pode abrir novos mercados para Santa Catarina, principal Estado produtor de suínos do Brasil, segundo declarou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Netto, à Agência Estado. Ele participou da reunião anual da entidade em Paris. De acordo com Camargo Netto, Santa Catarina tem sido prejudicado pela ocorrência de febre aftosa no Paraná e em Mato Grosso do Sul em outubro de 2005. A Rússia, principal mercado consumidor da carne suína brasileira, suspendeu as aquisições do produto catarinense desde aquela época e, até o momento, não retomou as importações, apesar de ter voltado a comprar do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. Além do reconhecimento de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) também ratificou a região centro-sul do Pará como área livre com vacinação. Paraná – A proximidade do Paraná com o Mato Grosso do Sul atrasou a recuperação estadual do status de área livre de febre aftosa com vacinação. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) não chegou a discutir a situação paranaense na reunião de ontem porque o assunto nem sequer foi incluído na pauta do encontro. Isso ocorreu porque o Paraná pertence ao mesmo circuito agropecuário do Mato Grosso do Sul (a divisão é feita pela OIE), onde ainda estão sendo abatidos compulsoriamente os últimos animais localizados na faixa de fronteira com o Paraguai. Naquela região, ainda há atividade viral positiva ao vírus da febre aftosa. Segundo o economista do Sindicato das Indústrias da Carne do Paraná (Sindicarnes), Gustavo Fanaya, vários Estados brasileiros (entre eles Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso) perderam seus status sanitários quando foram confirmados os casos de febre aftosa no MS, em outubro de 2005. “A diferença do Paraná com relação aos outros Estados é que a doença foi registrada aqui e foram levantados embargos. Como nos outros locais não houveram focos, as exportações continuaram e até cresceram”, explicou. Além do PR, talvez o outro prejudicado tenha sido SP, uma vez que a União Européia embargou as exportações. Por isso, a expectativa da entidade é que os embargos ao Paraná sejam levantados somente no próximo ano, quando as ações sanitárias desenvolvidas no MS já devem ter sido concluídas. Isso porque aquele Estado optou pelo abate e não pelo sacrifício, como foi feito no PR. A diferença é que o abate destina a carne ao consumo, o que aumenta de seis meses para, pelo menos, um ano o período denominado “vazio sanitário”. O sacrifício despreza totalmente as carcaças. Já a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) tem uma previsão mais otimista. “Esperamos que até setembro o Paraná recupere o seu status. O Estado já cumpriu o seu dever de casa (com o desenvolvimento das ações sanitárias), a documentação foi enviada à OIE no ano passado e estamos aguardando a avaliação do comitê técnico que deve sair até setembro”, frisou Silmar Burer, chefe do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária da Seab. Enquanto isso, a cadeia produtiva da carne paranaense acumula prejuízos de cerca de R$ 915 milhões. De acordo com cálculos do Sindicarnes, as perdas estão distribuídas entre as três cadeias produtivas de carne: suína (55% do valor), bovina (25%) e de aves (20%).

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