Como o Brasil é um país de clima tropical, os aviários são projetados para atender os efeitos indesejáveis do calor. No entanto, não existe um modelo padrão de aviário que atenda todas as variações climáticas do país. Um aviário para a região centro-oeste não é o mesmo para a região sul. Existem sempre as peculiaridades adversas do clima que exigem construções diferenciadas.
A ave, por sem um animal homeotérmico, tem habilidade para manter constante a temperatura dos órgãos internos. Sabe-se também que o mecanismo termorregulador da ave é pouco desenvolvido para suportar temperaturas elevadas e que em condições de temperatura baixa, o organismo animal reprime sua dissipação de calor para o ambiente e aumenta sua taxa metabólica, comandada pelo seu sistema termorregulatório. Não se pode esquecer que a temperatura de conforto térmico da ave é, na primeira semana de vida, em torno de 32-35ºC e que à medida que a ave cresce esse sistema termorregulador se desenvolve, reduzindo em 3ºC por semana a temperatura de conforto. Se a temperatura ambiente não se encontra próxima das exigências térmicas de conforto das aves, grande parte da energia ingerida na ração que poderia ser utilizada para produção, é desviada para manutenção do sistema termorregulador. Assim, a ave é considerada uma "bomba térmica" de baixa eficiência. Cerca de 80% da energia ingerida é utilizada para manutenção de sua homeotermia.
O estudo detalhado do clima da região e (ou) do local onde será implantada a exploração, determinando as mais altas e baixas temperaturas ocorridas, a umidade do ar, a direção e a intensidade do vento definem o tipo ideal de edificação. Assim, é possível projetar aviários com características construtivas capazes de minimizar os efeitos adversos do clima sobre as aves.
Porém, ainda é grande o desafio, nas condições brasileiras para a definição de um modelo de edificação capaz de proporcionar melhor conforto térmico para os dias quentes e que permita, ainda, um isolamento para que o calor gerado internamente não seja facilmente dissipado para o exterior em dias frios. Essa condição é mais complexa, porque os aviários devem ser versáteis, com elevado poder de adaptação para responder à solicitações opostas: eliminar a radiação solar e ter ventilação abundante no verão; utilizar a radiação solar e controlar severamente a circulação do ar no inverno. Para atender às condições de frio e de calor as instalações devem possuir dispositivos flexíveis que possam controlar o ambiente interno do aviário.
No período frio a ventilação se apresenta com um objetivo definido, sendo por duas razões higiênicas, exclusivamente. Essa condição vai se refletir na localização, área e forma de abrir dos dispositivos, de maneira que o fluxo de ar se desloque pela parte superior do aviário para evitar o efeito direto sobre as aves. O lanternim deve ser provido de dispositivo de fácil fechamento para controle da ventilação.
O desempenho térmico dos aviários no período do frio é melhorado com o uso de isolantes térmicos. Instalar cortinas nas laterais, pelo lado de fora, para evitar penetração de sol, chuva e controlar a ventilação no interior do aviário. Devem ser fixadas para possibilitar ventilação diferenciada para condição de inverno e verão. Nos primeiros dias de vida das aves, é comum o uso de sobrecortinas em regiões frias para auxiliar a cortina propriamente dita. A sobrecortina deve ser fixada na parte interna do aviário, de tal forma que sobreponha a tela, evitando a entrada de correntes de ar e dificulte a perda de calor.
O aquecimento é fundamental no início da vida e dele despende o bom desenvolvimento das aves. No inverno esse item merece atenção redobrada pois, além da necessidade de suprir a diferença existente entre a temperatura ideal para os pintos e a temperatura ambiente, é necessário estar atento para controlar a temperatura dentro do aviário nas horas em que a temperatura externa aumenta, principalmente em regiões de amplitudes térmicas elevadas.
Atualmente, há grande variedade de modelos de campânulas a gás. O importante é dispor de potência calorífica adequada com baixo custo. O sistema de aquecimento deve permanecer instalado e em condições de uso para qualquer emergência, principalmente nas regiões mais ao Sul do Brasil.
Nessa época do ano deve ser dada atenção à água. Nota-se que os pintos reduzem muito o consumo de água, o que é atribuído à baixa temperatura da mesma, e quanto menor o consumo de água menor o consumo de ração.
Outro ponto importante a ser ressaltado para o inverno é o programa de luz. Os programas de luz têm sido propostos para melhorar o ganho de peso, a eficiência alimentar, as características de carcaça e o estado sanitário do plantel. Dados de literatura têm mostrado que através do manejo de luz pode-se reduzir problemas ósseos e algumas causas de mortalidade associadas ao crescimento.
A intensidade de luz deve ser de 20 lux nos primeiros 7 dias de vida e de 5 lux posteriormente. Nos primeiros 3 a 4 dias os pintos devem receber iluminação contínua com apenas 1 hora de escuro para se acostumarem a escuridão, caso haja falta de energia. A partir daí, a definição do programa de luz deve ser um processo criterioso. O conhecimento das condições locais deve ser usado para escolha do programa de luz e o monitoramento sistemático dos lotes fornecerá as informações necessárias para ajustes posteriores.
Assim, na criação de frangos de corte, medidas de manejo e de conforto térmico devem ser observadas para que as exigências fisiológicas das aves sejam atendidas tanto no verão quanto no inverno.