São Pedro não ajudou. A colheita recorde de soja no país neste ano, que era prevista inicialmente em 83,4 milhões de toneladas, ante 66,4 milhões de toneladas na safra passada, e de 3,4 milhões de toneladas em Minas (400 mil toneladas a mais do que em 2012), deverá ficar entre 5% e 10% menor do que o esperado. É que no ano passado o começo do plantio foi tardio, próximo da segunda quinzena de novembro, porque a chuva demorou a chegar. Com isso, agora a expectativa é de que a colheita do Brasil ainda seja recorde, mas perto de 82 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Pelo menos até agora, não há relatos significativos de áreas perdidas. Por outro lado, porém, a produtividade será necessariamente menor do que a esperada, já que a chuva fora de hora, no momento da colheita, também pode limitar o resultado da lavoura. Getúlio Feliciano Guimarães é produtor do grão no Triângulo mineiro. Por causa do clima, ele calcula que no fim da colheita terá uma produção entre 5% e 10% menor do que esperava no início do plantio. “No total, devemos colher 5 mil toneladas de soja”, calcula.
Depois de atrasar o plantio por causa da seca, no início da colheita a chuva retornou e impediu que a soja precoce viesse com a mesma qualidade. “Entre as previsões mais otimistas e as mais pessimistas, deve ocorrer de 5% a 10% de quebra. Isso quer dizer que a safra colhida em Minas poderá ficar em 3,2 milhões de toneladas”, calcula Manoel Teixeira Pereira, consultor de commodities da Algar Agro.
Segundo Pierre Santos Vilela, coordenador técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), três quartos da soja plantada no Brasil no ano passado ainda serão colhidos. “Há risco de chover nesse período e isso vai atrapalhar, mas não será nada significativo. Casos de perdas serão isolados, dispersos no território.”
Na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) do estado, o volume previsto para a soja será 11,7% maior que o registrado na safra anterior. João Ricardo Albanez, superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, afirma que a estimativa de produção de soja foi beneficiada por plantios que tiveram influência da elevada demanda internacional. Além disso, ele prevê um aquecimento das exportações do grão em 2013. O consumo interno também deverá continuar em ascensão, uma vez que a soja é um importante componente da produção de ração para bovinos, suínos e aves.
