Agronegócio

Para democratizar o conhecimento

Em uma contextualização mais construtiva do que crítica, as escolas, universidades e centros de pesquisa, sejam eles quais forem, precisam disseminar as inovações e contribuir para acelerar a redução das desigualdades, democratizar ainda mais o acesso aos novos conhecimento e práticas, ampliar o diálogo tecnocientífico, por meio de múltiplos canais de comunicação, configurando-se também os papéis da assistência técnica e extensão rural. Em um cenário de tamanha complexidade e demandas socioecônomicas e ambientais, o conhecimento precede a adoção de boas práticas indispensáveis para quem planta, cria, recupera, preserva, abastece e até exporta. A pesquisa não pode ser uma cidadela inexpugnável.

Não seria uma questão de abordar o empreendedor rural com um vasto elenco de dados e informações, mas selecionar minimamente aqueles que lhes permitam tomar decisões mais corretas em seus negócios e fazer uma leitura mais adequada de suas atividades agrossilvipatoris dentro e fora da porteira da fazenda. A qualidade dessas informações é estratégica e o saber também permite entender mais sobre o ambiente onde se atua, vive, produz, avalia, ganha e perde. Uma propriedade bem gerenciada é um verdadeiro polo de difusão de inovações tecnológicas e onde se pode aprender vendo.

Repita-se, não confundir safras abundantes com modernidade nos cenários rurais. E as crises recorrentes na agricultura brasileira, numa série histórica, refletem essa verdade de meridiana clareza nos movimentos pendulares do mercado agropecuário e nas congestionadas logísticas operacionais. Necessariamente, uma receita não funciona, mas é preciso identificar as oportunidades até numa crise. Na verdade, a sociedade busca nas ciências os caminhos aparentemente menos tortuosos, mais pragmáticos e que também resultam do pesquisar e ordenar as descobertas na lógica científica. Porém, a sustentabilidade no campo ainda tem um longo embate pela frente.

Além disso, a adoção de boas práticas nas atividades agrossilvipastoris não dispensa uma boa conversa dentro da porteira da fazenda entre os atores dessas mudanças e as paisagens rurais continuam sendo um bom teste às inovações geradas pela pesquisa agropecuária. Essas e outras parcerias convergentes para os produtores e somando os familiares, médios e grandes empresários do agronegócio fazem também emergir habilidades, talentos, experiências vividas, sugestões de novas pesquisas, mesmo aceitando que todos os negócios guardam seus próprios segredos e intimidades. Vale lembrar que o que não falta é a concorrência nos mercados. Ressalte-se que a palavra integração, um pouco surrada, se faz em torno de objetivos claramente definidos e compartilhados entre os atores públicos e privados.

 Há que se reconhecer que os avanços na agricultura e no agronegócio foram muitos desde 1970, com ganhos de qualidade e quantidade, e que um governo afinado com o século 21, por suas políticas públicas, deve assegurar e investir recursos substantivos em pesquisa e desenvolvimento. Noutra vertente, Minas Gerais tem algumas vantagens comparativas relevantes. Entre elas: recursos hídricos, reconhecida estrutura de pesquisa agropecuária e extensão rural (Emater-MG), posição geográfica estratégica, diversidade de climas e solos, 551.617 estabelecimentos rurais e cujas virtudes vão desde o cultivo de oliveiras (azeitonas) no Sul de Minas aos desafios tecnológicos do semiárido mineiro. É bom lembrar que o mundo recebe diariamente 164,38 mil novos habitantes/consumidores por dia, ou 60 milhões por ano, segundo a Organização nas Nações Unidas (ONU). A prosperidade de um país passa também pelo campo.

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