Agronegócio

Muito além da porteira

As atividades relacionadas com aqueles que ajudam a incrementar o lucro das fazendas têm importância em universidades e em empresas urbanas dos mais diversos segmentos.

Não é só o espaço rural que se apresenta como oportunidade para aqueles profissionais que movem o campo. Mais que nas fazendas, eles também têm espaço em fábricas, podem atuar de forma autônoma, como consultores na produção industrial, no processamento e distribuição de produtos de origem animal e vegetal e em instituições de pesquisa e extensão. Entre os exemplos de profissional que atua nesse mercado está o do professor e médico-veterinário Rafahel Carvalho de Souza, que desde a formatura, em 2005, se dedica ao meio acadêmico com transferência de tecnologias para alunos e criadores.

Hoje, professor da PUC Minas e da Faculdade de Administração de Empresas (Fead), ele atribui o sucesso da carreira às necessidades do mercado e lembra que o desenvolvimento do agronegócio alavancou as profissões gerando mais demanda por conhecimento. Por consequência, exigiu profissionais mais capacitados. O professor lembra que os números gerados pelo agronegócio do país no ano passado justificam a necessidade de profissionais preparados. “Em 2011, o Brasil movimentou US$ 256 bilhões em exportação e desse total o agronegócio movimentou US$ 94,5 bi. Só Minas foi responsável por US$ 9,6 bi”, conta. “Em função da importância do setor, os profissionais devem se adequar às transformações do mercado, trabalhando com foco em produtividade e controle de custos baseado em ferramentas de gestão e planejamento, com objetivo de garantir o lucro de quem produz”, afirma.

O médico-veterinário já ministrou cerca de 40 cursos para técnicos do meio rural e é autor do livro Administração de fazendas: leite e corte. “Trabalhamos para dar lucratividade ao produtor de forma que contemple o sistema de produção levando em consideração a sustentabilidade ambiental, social e econômica”, defende.

Outro exemplo de profissional que seguiu a área acadêmica sem deixar o campo é o do engenheiro-agrimensor e professor Renato Souza Brum. Coordenador de estágio em agrimensura da Faculdade de Engenharia de Minas Gerais (Feamig), ele não abriu mão da carreira e permanece trabalhando nas fazendas. A atuação do profissional, segundo ele, é voltada para a medição de terras e terrenos para diversos fins. Mas na agroindústria, atua na demarcação da área de plantio, trabalha no segmento de georreferenciamento com registro da área, trâmite de compra e venda de terras e também com projetos de reserva legal.

O mercado aquecido e as demandas de diversos setores permitem a transição dos profissionais como Rafahel e Renato, que são professores, mas não deixam o campo de lado e conciliam as duas atividades. Segundo o professor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Sérgio Hermínio Brommonschenkel, o incentivo dado dentro das universidades é para que o aluno se especialize e considere todas as oportunidades, tendo em vista que esse é um mercado promissor. “Os incentivamos a empreender porque o mercado está bom para quem é competente”, diz.

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