Agronegócio

Hidrovias: prioridade para o agro

O transporte hidroviário é vantajoso para distâncias acima de 400 quilômetros. É essencial para o transporte adequado de commodities, comercializadas em grandes quantidades e com baixo valor agregado. A situação vivida pelo agronegócio brasileiro é inadmissível. O frete rodoviário está afetando substancialmente o custo do produto agropecuário, reduzindo as nossas vantagens, prejudicando as pessoas e o ambiente. Investimentos em infraestrutura e logística são fundamentais para o agro brasileiro continuar competitivo, contribuindo para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e de melhoria na balança comercial.

Não basta todo o esforço dentro da porteira, aprimorando os processos de produção de vegetais e animais, e os avanços obtidos antes da porteira, com as inovações em produtos e processos como insumos (sementes, fertilizantes, defensivos), máquinas e implementos, planejamento etc. As imensas filas de caminhões com grãos para chegar aos portos de Paranaguá e Santos são a demonstração do atraso vivido pelo agronegócio. A produção agropecuária do Centro-Oeste, constituída de soja, milho, óleo vegetal, madeira, arroz, mandioca, etanol, açúcar etc. poderia estar sendo transportada por comboios hidroviários, cada um retirando mais de 170 caminhões com 30 toneladas das estradas. Isso significa menos acidentes nas rodovias, menos lançamento de poluentes no ambiente e menor custo. Isso é sustentabilidade, melhorando a economia, o ambiente e a saúde das pessoas. A nova legislação para os caminhoneiros vai aumentar ainda mais o custo do frete rodoviário.

DE OLHO  NO FUTURO

O caso barragem de Santa Maria da Serra: há mais de 20 anos se discute a construção da barragem em Santa Maria de Serra, para incluir a região de Piracicaba na Hidrovia Tiete-Paraná. Tudo indica que as obras vão começar no primeiro semestre de 2014. Essa barragem, com eclusa, vai possibilitar a navegação comercial até Artemis, em Piracicaba, com a construção de um terminal multimodal de cargas, envolvendo o transporte ferroviário. O projeto básico está sendo atualizado e o projeto executivo está em elaboração. Os recursos orçamentários, de cerca de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões, estão sendo providos pelos governos do estado de São Paulo e federal. Serão 2,4 mil quilômetros de hidrovias, sendo 800km no estado de São Paulo.

Há necessidade de eliminar gargalos, como aumentar a profundidade dos rios, ampliar os vãos das pontes, construir atracadouros e definir as cargas de retorno, provavelmente diesel e gasolina, para o Centro-Oeste. Além das obras de engenharia, há enorme trabalho ambiental, para mitigar os impactos na fauna e flora e compensar os prejuízos que venham a ocorrer, e social, devido às desapropriações por causa da alteração do nível das águas. Os empreendedores devem arcar com esses custos.

A previsão é de que sejam movimentados 18 milhões de toneladas em 2024, apenas no terminal de Artemis. Vantagens adicionais serão a maior reserva de água, estabelecimento de polo industrial e turístico, geração de energia elétrica, oportunidades de vários negócios etc. Esse caso concreto, sendo exitoso, pode servir de exemplo/modelo para outros empreendimentos semelhantes em todo o Brasil. O agronegócio brasileiro atingirá um patamar compatível com as expectativas, consolidando o país, ainda mais, como o celeiro do mundo, o maior provedor de alimentos saudáveis e energia limpa e renovável.

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