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Governo poderá impor cotas ao álcool

O governo brasileiro não quer pôr o mercado interno de álcool em risco e por isso, pode restringir as exportações de etanol, caso a oferta do combustível caia e os preços comecem a subir nos postos, disse nessa terça-feira (17-04) o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

Para Stephanes a criação de cotas de exportação é um recurso extremo, mas um instrumento que não pode ser descartado, quando o objetivo é evitar a escassez no mercado interno. Atualmente, o governo não tem planos para restringir as exportações de etanol. A expectativa é que as vendas externas fiquem em torno de 3,6 bilhões de litros a partir da safra de cana-de-açúcar atual (2007/08).

“Temos, em primeiro lugar, de abastecer o mercado interno, e sobre isso não há dúvida”, declarou Stephanes. Em caso de oferta reduzida que tornem os preços do etanol menos competitivo em relação aos preços da gasolina local, Stephanes disse que o governo dispõe de vários instrumentos para limitar as exportações. “O mercado brasileiro pode ter certeza que a demanda interna será atendida antes que discutamos qualquer outra política para o etanol”.

O Brasil consumiu 13 bilhões de litros do etanol combustível em 2006 e se espera que consuma este ano 14,9 bilhões de litros para abastecer a crescente frota de carros flex fuel. A produção chegou a 17,7 bilhões de litros de etanol total na safra 2006/07 que se encerra agora, segundo a Datagro.

Tecnologia

Sem indicações consistente de que os Estados Unidos reduzirão as tarifas sobre as suas importações de álcool combustível, a Comissão Interamericana de Etanol decidiu propor a aplicação desses recursos em pesquisas para o desenvolvimento desse setor. O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, um dos criadores dessa Comissão, disse ontem que os cerca de US$ 250 milhões recolhidos pelo tesoura americano deveriam financiar pesquisas em universidades e entidades brasileiras.

Para que isso ocorra, de acordo com Rodrigues, bastaria uma decisão do presidente norte-americano George Bush, sem necessidade de passar pelo Congresso dos Estados Unidos. Naquele país estão previstos investimentos de US$ 1,6 bilhão em pesquisa apenas neste ano.

“Sem recursos para ampliar as pesquisas, corremos o risco de perder em breve a dianteira na tecnologia de produção de etanol”, declarou Rodrigues. No segundo dia de sua visita ao Brasil, o ex-governador da Califórnia Jeb Bush – irmão mais novo do presidente norte-americano, defendeu o fim das taxas de importação como uma forma de aumentar o mercado do produto nos Estados Unidos. “Para este mercado ser mais robusto, temos que acabar com a tarifa”, declarou. “Há muito interesse na expansão desse mercado”.

Para o ex-governador, o fim da tarifa sobre o álcool beneficiaria estados como Califórnia, Flórida e Nova Iorque, onde o abastecimento do álcool produzido nos Estados Unidos é deficiente. Bush não acredita que a produção de álcool interfira na oferta de alimentos.

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