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Leite e carne mais baratos desaparecem do supermercado

Buenos Aires, 18 – O leite e os cortes mais baratos de carne bovina estão desaparecendo das prateleiras dos supermercados argentinos. A denúncia está na boca das donas de casas e supermercadistas locais. O desabastecimento que vem afetando os consumidores há algumas semanas foram justificados pelas inundações provocadas pelas chuvas nas zonas produtoras de leite. Mas os níveis de água já baixaram e os supermercadistas afirmam que os fornecedores não normalizaram a entrega. Os reais motivos para a escassez de produtos seriam os controles de preços do governo.

De acordo com as associações de consumidores, além dos laticínios e da carne, faltam fraldas e óleos comestíveis. As empresas fornecedoras admitem que os controles de preços são as principais causas para a falta de produtos, uma situação já conhecida pelos brasileiros, durante o fracassado Plano Cruzado, em 1986, quando os “fiscais do Sarney” decretavam o fechamento de mercados por não obedecer ao tabelamento dos preços.

No caso da Argentina, quem decreta o valor dos produtos que mais incidem nos cálculos da inflação é o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno. Ele é o homem do presidente Néstor Kirchner encarregado de fiscalizar os preços para que a inflação fique dentro do nível de um dígito e não estrague seus planos para as eleições presidenciais de outubro próximo. Embora Kirchner ainda não tenha definido se será candidato à reeleição (será ele ou a mulher dele a candidata oficial), o presidente não quer uma disparada dos preços.

Pressão

Por isso, Kirchner deu carta branca para que Moreno pressione os empresários, segundo denúncias de vários homens de negócios da Argentina, para que mantenha preços mínimos para os produtos de consumo massivo. Moreno, também conhecido como o xerife dos preços, é odiado pelas entidades ruralistas, por causa de suas intervenções no mercado, onde já não vale a lei da demanda e da oferta, princípio básico da Economia. Todas as entidades ruralistas querem a cabeça de Moreno e afirmam que os valores estipulados pelo secretário “são só para as estatísticas oficiais porque no mercado não valem, não são reais”, explicou uma fonte.

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