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Gado de Corte: Porteiras abertas para o futuro

A criação de gado em Minas Gerais e no Brasil chega a um estágio avançado. Técnicas modernas de reprodução já podem ser vistas dentro das fazendas, com forte agregação de valor à qualidade dos animais. Tal fenômeno contribui para a força do rebanho bovino nacional. Para ter ideia, o número de embriões produzidos anualmente no país passou de 50 mil para 400 mil em 10 anos. E o Brasil já é campeão mundial no uso da técnica. A expectativa é de que o caminho rumo aos melhores resultados não pare por aí. Prova disso é o início das atividades do laboratório BioVitro Guará, na Fazenda Guará, em Inhaúma, na Região Central do estado. As boas práticas em busca da melhoria genética agora ganham espaço também no campo.

Boa genética multiplicada

Crescimento da pecuária de elite no país leva ao investimento em laboratórios voltados para a produção de embriões in vitro, como o BioVitro Guará, que acaba de ser inaugurado em Inhaúma

O Brasil ganha cada vez mais força na qualidade da genética do gado. O número de embriões produzidos ao ano pelo rebanho do país saltou de 50 mil para 400 mil na última década, segundo a Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embrião (SBTE). Na produção in vitro, o Brasil é líder mundial, com 70% do total. “A produção de embriões mostra o potencial de crescimento do mercado. E houve uma inovação tecnológica, que é a produção in vitro”, afirma Pietro Baruselli, presidente da SBTE.

E a tendência dessa técnica é de expansão. Tanto que Minas Gerais acaba de ganhar um laboratório de produção in vitro de embriões, o BioVitro Guará. O laboratório, localizado na Fazenda Guará, em Inhaúma, a 78 quilômetros de Belo Horizonte, é fruto da sociedade do advogado José Murilo Procópio de Carvalho com o grupo BioVitro. “O laboratório instalado dentro da fazenda faz com que os índices de aproveitamento do rebanho sejam melhores”, afirma Carvalho.

O BioVitro Guará recebeu cerca de R$ 1 milhão de investimentos, com o uso de tecnologia de ponta no Brasil. “A região de Belo Horizonte é a segunda que mais produz fecundação in vitro no Brasil, atrás apenas de Uberaba. Estamos dentro de um polo muito importante”, destaca o veterinário Patrick Villa Nova Pereira, sócio e diretor comercial do grupo BioVitro. “A presença do laboratório aqui favorece a logística e reduz os custos”, completa o veterinário Walt Yamazaki, sócio e diretor de produção do grupo. A incubadora usada no laboratório, segundo Yamazaki, tem tecnologia que aproxima mais da condição in vivo (imita a condição natural da doadora, do útero da vaca).

A técnica de produção in vitro de embriões é desenvolvida com diversas raças bovinas, como nelore, gir, guzerá, holandês e girolando. O veterinário Frederico Cunha Mendes é sócio e diretor administrativo do grupo. Ele explica que o processo de multiplicação genética nos laboratórios permite maximizar a produção em 30 a 40 bezerros ao ano, sendo que de maneira natural a vaca produz um bezerro ao ano. “A técnica consiste em retirar os óvulos, fecundá-los no laboratório com o sêmen, formar o embrião e transferir para a barriga de aluguel. Dessa forma democratizamos e melhoramos a genética da raça como um todo”, observa. O grupo produz cerca de 90 mil embriões ao ano, sendo que o aproveitamento gira de 40% a 45% (porcentagem da fertilização que resulta em bezerros).

A clonagem pode ser o próximo processo a ser implementado no laboratório BioVitro Guará, explica Yamazaki. “O clone é como se fosse um irmão gêmeo idêntico. O animal é selecionado e a partir dele é feita uma cópia genética”, diz. De qualquer forma, o animal pode ter diferenças em relação à influência do meio ambiente. “A técnica ainda é cara e precisa ser melhorada. De cada 100 animais que nascem, um é aproveitado”, afirma o veterinário.

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