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Estação de Monta – prática simples sem custo e que traz grandes benefícios ao produtor

Apesar de ser uma prática de custo zero e de fácil adoção, a estação de monta tem efeito positivo considerável sobre a produtividade geral da fazenda. Seu principal objetivo é concentrar os partos e subsqüentes operações (desmama, suplementações alimentares, castração, vacinações/vermifugações, etc) em épocas mais propícias, facilitando e disciplinando sobremaneira o controle e o manejo do rebanho. Outra vantagem diz respeito ao longo período de descanso do reprodutor, garantindo-lhe condições para plena recuperação e manutenção de sua atividade reprodutiva. Vale alertar que, durante esse período de descanso, os machos inférteis e subférteis devem ser identificados e substituídos por meio de exames andrológicos e completos.

O estabelecimento do período de monta vai depender da disponibilidade e qualidade de forragem, melhor época de nascimento dos bezerros, sistema de produção e categoria das fêmeas (vaca ou novilha). À medida que se intensifica o sistema de produção, o uso de uma estação de monta curta e bem definida, assume maior importância.

A Embrapa Gado de Corte recomenda para o Brasil Central, o entoure das fêmeas entre novembro/dezembro e janeiro/fevereiro (90 dias), coincidindo com a época de fartura e qualidade das pastagens. Além da melhor condição nutricional de touros e matrizes para os serviços, os bezerros também vão ser beneficiados, nascendo entre agosto/setembro e outubro/novembro, época de menor incidência de doenças e parasitos. Novilhas que já estejam com maturidade sexual, podem ser aproveitadas e introduzidas em uma estação de monta adicional de outono (abril e maio), de dois meses.

Produtores que, porventura, mantenham os touros na vacada durante todo o ano, devem, inicialmente, instituir uma estação de monta de seis meses, de outubro à março. Sua redução deve ser gradativa, para que não haja prejuízo na produção de bezerros. Já no segundo ano, ela pode cair para quatro meses (novembro à fevereiro); e depois partir definitivamente, para três meses (nov/dez à jan/fev).

Frequentemente, pecuaristas menos informados referem-se à estação de monta como sendo prejudicial aos índices de natalidade do rebanho. Tal afirmação não tem o menor fundamento, pois, mesmo em sistemas mais extensivos onde touros e matrizes permanecem juntos durante todo o tempo, há maior concentração de nascimento (80%) entre os meses de julho e outubro, proveniente da maior ocorrência natural de serviços de concepções durante a primavera-verão, período de maior oferta e qualidade de forragem. Além desse fato, pode-se considerar que fêmeas não emprenhadas na estação de monta de três meses, tendo como oportunidade quatro cios consecutivos, alguma deficiência deve estar acontecendo no sistema e, portanto, ser motivo de preocupação. Vários fatores podem estar ocorrendo, de forma isolada ou conjunta: problemas de fertilidade e de saúde nos touros e nas matrizes, subnutrição, e/ou manejo inadequado. Em quaisquer circunstâncias, aconselha-se a assistência de um técnico especializado.

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