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Escolha de Sêmen de touros provados

Existem dois aspectos básicos que devem ser levados em consideração no processo da escolha de sêmen de touros provados:

a. a comparação da classificação de um touro em relação a um outro;

b. a magnitude das diferenças entre touros.

Os avanços nos procedimentos metodológicos ocorridos nos últimos anos, principalmente após à introdução do modelo animal, possibilitaram a obtenção de estimativas mais confiáveis do valor genético de touros e vacas, pelas seguintes razões:

a. utilização de todas as informações constantes no pedigree;

b. avaliação simultânea de vacas e touros;

c. utilização de uma nova base genética;

d. ajustamento para o mérito genético das companheiras de rebanho.

Em virtude do novo processo de avaliação de vacas e touros, houve, simultaneamente, mudanças nos nomes das siglas que eram familiares durante a vigência da avaliação pelo método modificado de comparação entre as companheiras de rebanho (MCC). Atualmente, nos catálogos de touros americanos vem sendo empregada a sigla PTA, que significa capacidade prevista de transmissão. Assim, tem-se PTA para leite, gordura, etc., em lugar das diferenças previstas (DP) para essas características. O significado de PTA e DP é praticamente o mesmo, apenas houve mudanças na forma de calcular as estimativas do valor genético de um animal.

Uma vez que existe sêmen de touros provados de diferentes companhias, se o criador deseja aumentar o ganho genético do seu rebanho, ele deverá adotar alguns critérios para escolha do sêmen. As regras principais são as seguintes:

a. usar sempre um grupo de touros provados. É recomendável utilizar um touro para um grupo de 15 a 20 vacas;

b. selecionar o sêmen dos touros superiores, classificados entre os dez por cento dos melhores disponíveis. Analisar as informações do catálogo “Sire Summaries” ou outro equivalente, como, por exemplo, “Whos Who”;

c. usar sempre sêmen de touros com mais de 70% de confiabilidade. Nos catálogos americanos, esta informação é determinada pelo REL. Nos catálogos de touros oriundos do Canadá e da Holanda, apesar de também adotarem a metodologia do modelo animal, foi mantido o termo REP. Quanto mais alto for a confiança (rep. ou rel.) sobre as informações do touro, mais segurança o produtor terá no uso do sêmen;

d. escolher os touros baseados nas informações de produção (leite, gordura e proteína). Verificar as informações complementares de cada touro, antes de decidir na compra dos mesmos. Por exemplo, as informações de tipo podem ser valiosos quando se deseja melhorar o rebanho levando-se em conta os aspectos morfológicos;

e. utilizar touros jovens ou de aventura genética como se fosse um grupo, de tal maneira que não ultrapasse 15% do total de sêmen comprado;

f. utilizar um esquema de acasalamento corretivo combinando as informações contidas no perfil linear do touro com as informações de classificação das vacas. Colocar um valor mínimo de PTA$ (capacidade prevista de tramsmissão em doláres ou diferença prevista em dólares) ou informação equivalente que seja aceitável antes de fazer a compra de sêmen;

g. analisar o mercado de sêmen e verificar se existe alguma promoção.

Usualmente, a resposta à seleção é máxima quando a pressão de seleção é feita para uma única característica. À medida que aumenta o número de características em um programa de seleção, reduz a resposta à seleção para uma determinada característica. Contudo, freqüentemente, o criador deseja obter o melhoramento simultâneo de diversas características. Diversos países fazem a avaliação de touros e vacas levando-se em conta características múltiplas.

No Canadá, por exemplo, a avaliação genética é feita para cinco características de produção (leite, percentagem e produção de gordura, percentagem e produção de proteína), além de 29 características de conformação e cinco características auxiliares (facilidade ao parto, efeito maternal, velocidade à ordenha, vida produtiva, contagem de células somáticas). Além disso, o número de características pode ser aumentado com os avanços dos procedimentos metodológicos de avaliação genética.

Diante do exposto, deve ser enfatizado o valor da dose de sêmen, que é questão de “marketing”, disponibilidade do produto, quantidade etc. O sêmen mais caro não significa necessariamente que seja superior a de um outro touro cujo sêmen é vendido por um preço mais barato.

Seguindo as regras básicas acima descritas, o produtor de leite terá possibilidade de usufruir, no futuro, de aumento no lucro, obtendo retorno sobre o investimento realizado em sêmen.

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