No segundo semestre de 2008, foram aprovados 16 projetos que representam 55% das propostas enviadas às instituições de fomento
Com relação à captação de recursos para a realização de pesquisas, o balanço da Embrapa Gado de Leite em 2008 foi bastante favorável. De julho a dezembro, foram aprovados pelas instituições de fomento 16 projetos. Isso representa um êxito de 55% de aprovação de projetos encaminhados pelos pesquisadores e analistas da instituição.
Os recursos somam mais de 2,6 milhões de reais, que já estão sendo investidos na busca de respostas para questões importantes da bovinocultura de leite. Para o secretário executivo do Comitê Técnico Interno da Embrapa Gado de Leite, Marco Antônio Machado, a instituição soube aproveitar bem as oportunidades oferecidas nos diversos editais das instituições de apoio à pesquisa, além dos Macroprogramas da Embrapa.
Os resultados são ainda mais positivos em face da conjuntura mundial. “A expectativa é que as instituições de fomento tenham menos dinheiro este ano devido à instabilidade financeira global”, diz Machado. “Em momentos de crise, a pesquisa científica é uma das que mais sofre com os cortes de verbas”, avalia.
Os projetos aprovados pela Embrapa Gado de Leite darão fôlego à instituição para trabalhar neste momento de instabilidade econômica. Há projetos de grande envergadura, como o que trata da criação de um Centro de Monitoramento e Vigilância da Resistência Antimicrobiana em Bactérias Patogênicas para o Gado de Leite, que captou R$ 879.107,52.
Esse projeto trata da estruturação de um programa de monitoramento e estudo da resistência aos antimicrobianos de bactérias causadoras da mastite bovina. Será criado um Centro Colaborador em Defesa Agropecuária (CDA), localizado na Embrapa Gado de Leite, que será estratégico para contribuir em caso de implementação de possíveis barreiras não-tarifárias relacionadas a genes de resistência a antibióticos.
Segundo a líder do projeto, Maria Aparecida V. P. Brito, serão estabelecidas parcerias com sete unidades laboratoriais localizadas em seis estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. “No futuro essa representação poderá ser ampliada para outras regiões”, diz Brito. Vários países do mundo possuem centros como esse. No Brasil, ele será pioneiro e poderá servir de modelo para o monitoramento da resistência antimicrobiana de bactérias de animais.
Rede de Laboratórios – Os recursos aprovados para as pesquisas são originados do CNPq e Fapemig, além dos Macroprogramas da Embrapa. Outros recursos de grande vulto vieram da Finep e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Serão destinados 12 milhões de reais para ampliar os serviços prestados pela Rede Brasileira de Laboratórios de Qualidade do Leite (RBQL).Parte do dinheiro já está disponível e será utilizada para a aquisição de uma segunda linha de analisadores eletrônicos.
A RBQL foi criada para dar suporte à Instrução Normativa 51, do Mapa. A Rede conta com oito laboratórios distribuídos em todas as Regiões do Brasil. O Laboratório de Qualidade do Leite, Localizado na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora-MG, analisa cerca de 40 mil amostras por mês. O pesquisador Guilherme Nunes diz que a aquisição de uma nova linha de analisadores, além de dobrar a capacidade de análises, irá dar maior qualidade ao serviço.
Duarte Vilela, chefe geral da Embrapa Gado de Leite, diz que “com esses recursos, iremos modernizar a infra-estrutura dos laboratórios e apoiar melhor o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite”. A RBQL processa a análise de cerca de 500 mil rebanhos por mês. Duplicar esse número significa ter a capacidade de atender a toda pecuária de leite nacional.