Agronegócio

Eles ajudam a plantar e colher bem

Cresce a procura por profissionais formados para aumentar a produtividade das atividades rurais. Agrônomos, veterinários e zootecnistas, entre outros, são cada vez mais necessários e valorizados.

Não é de hoje que o cenário no meio rural vem mudando e o conhecimento passado de pai para filho não é mais suficiente para garantir total produtividade no campo. Com o surgimento de tecnologias, equipamentos e maquinários de última geração, a contratação de profissionais qualificados se tornou indispensável para agregar valor ao negócio. A partir da mudança no cenário, da chegada de conhecimento técnico às lavouras e ao curral e da profissionalização no meio rural, a transformação das fazendas em empresas se tornou realidade. O surgimento de novos cursos para formar os profissionais que movem o campo, a partir da década de 1960, propiciou uma revolução no setor agrícola com o surgimento de mais informações, pessoal qualificado e uso de tecnologias variadas.

Mais que a engenharia agronômica – primeiro curso com foco no meio rural oferecido pelas instituições –, as universidades têm lançado no mercado de trabalho todos os anos milhares de profissionais formados em engenheira agrícola e ambiental, zootecnia, agrimensura, veterinária, bacharelado em agronegócio, em cooperativismo, engenharia florestal, biologia e em outros cursos relacionados às fazendas para atender as demandas de quem está no campo e quer melhorar o desempenho de suas plantações ou criações.

A rentabilidade no campo é compatível com área de atuação e especialização de cada profissional. Segundo o site Guia da Carreira, o salário médio dos veterinários fica em R$ 2.041. Entre os engenheiros- agrônomos, a remuneração média é de R$ 1.937. O salário dos engenheiros ambientais é de R$ 3.732, dos zootecnistas R$ 2 mil, dos engenheiros de alimentos R$ 2.457 e de engenheiros florestais R$ 2.032. Mas, de acordo com a atuação de cada profissional os salários, de engenheiros-agrônomos e veterinários podem chegar a R$ 8 mil ou mais.

Para o professor e diretor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Sérgio Hermínio Brommonschenkel, a formação de mão de obra transformou um cenário antes visto como apenas extrativista. “A agricultura era nômade. Plantavam e quando não dava certo migravam de área”, conta. “Houve uma mudança e com a qualificação foi possível levar a técnica para a atividade agrícola reduzindo desperdício”, explica. O resultado, para o diretor, é um profissional de formação completa com visão empreendedora que consegue atuar de forma sistêmica para garantir a lucratividade dos agricultores e pecuaristas.

EM ALTA O diretor da UFV lembra ainda que este é um bom momento para o profissional que encontra o mercado aquecido e repleto de oportunidades. Brommonschenkel garante que para o bom profissional há vagas, mas reforça que para ser absorvido pelo mercado é preciso desenvolver suas competências. “ Hoje, mais que iniciativa é necessário ter o conhecimento de outro idioma porque a atividade está ganhando ares internacionais”, avalia. “Muitos produtores já estão exportando e outros já foram comprados por empresas internacionais, o que aumenta a demanda por um profissional completo”, reforça.

Segundo a professora e pró-reitora de graduação da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Soraia Alvarenga Botelho, devido ao aquecimento desse mercado já existe uma carência por profissionais qualificados. “Algumas vezes, os colegas procuram profissionais com um perfil mais completo e não conseguimos indicar porque os bons já estão trabalhando”, afirma. Segundo ela, esses profissionais têm contribuído com a transformação na produção e têm trabalhado com a missão de contribuir com a cadeia do agronegócio. “O empregador quer um funcionário que também seja gestor.”

Formado há seis anos e meio o engenheiro-agrônomo Rafael Galdino Leal já passou por duas empresas do setor e hoje, empregado em uma multinacional fabricante de fertilizantes, ele fomenta o trabalho do campo comercializando os produtos, mas também orientando os agricultores sobre o uso. “A nossa função é mostrar ao produtor o custo-benefício no momento da compra e auxiliá-lo de forma a aumentar a produtividade com menor gasto”, explica.

Com 27 anos de carreira o veterinário Rivaldo Nunes da Costa também atribui a solidez da carreira aos resultados que ele como profissional do campo leva aos pecuaristas. “Quando introduzimos a técnica e melhoramos o manejo da propriedade aplicando novas técnicas, valorizamos o animal, e por consequência o produto, que ganha credibilidade”, comenta. “Para levar esses resultados ao campo o profissional deve ter conhecimento técnico, mas também de gestão”, completa.

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