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DEP – Diferença Esperada por Progêne

Se quisermos otimizar esta escolha, podemos fazer o “ponderal”, ou seja, pesamos os animais aos 205, 365 e 550 dias. Então escolhemos os que se comportaram melhor durante o crescimento. Se só tivermos estas informações então estaremos julgando basicamente o comportamento fenotípico do animal e uma parte pequena do seu genótipo.

Fenótipo = Genótipo + Meio Ambiente

Fenótipo – Informações de peso, leite, ectoparasitas, etc.

Genótipo – Onde as características são transmitidas para o filho.

Meio Ambiente – Alimentação, clima, etc.

Com o uso da informática, podemos coletar e trabalhar um grande número de animais, chegando a estimar o genótipo dos animais através de diversas informações suas e de seus parentes (pai, mãe, irmãos, tios, etc.).

Cada informação gerada pelo indivíduo ou por seus familiares tem um peso matemático. Então podemos cruzar as informações de características produtivas da mãe com as do pai através de modelos matemáticos complexos, fazemos previsões de como os filhos daqueles indivíduos se comportarão. Então, dependendo da característica produtiva julgada, teremos uma D.E.P. (Diferença Esperada de Progênie) para cada caracter julgado: para peso e desmama, para produção leiteira, para musculosidade, etc.

Dependendo do número de informações que temos, esta D.E.P. pode ter uma precisão maior ou menor. Quando avaliamos um animal jovem que não tem filhos e sem informações de seus familiares, sua D.E.P. terá precisão pequena, isto é, existe chance de que aquela previsão não aconteça. Se avaliarmos animais mais velhos que tenham muitos filhos, esta previsão pode chegar a quase 100% de certeza.

Existem D.E.P s que têm um valor muito pequeno, pois são de pouca acurácia (abaixo de 50%). Este mesmo animal pode ter uma D.E.P. de acurácia maior na próxima estação, pelo acréscimo de informações. As D.E.P. s se modificam a cada ano, elas não são estatísticas.

A D.E.P. descreve o valor genético de um animal em comparação com os outros, como uma etiqueta define seu conteúdo.

Atualmente a D.E.P. é a melhor ferramenta de seleção que dispõe o produtor para modificar as características produtivas do seu rebanho na direção desejada.

Para usarmos a D.E.P. emos de determinar objetivos de seleção:

Reprodução

Crescimento

Quantidade de carne

Habilidade leiteira, etc.

“Valor genético” é definido pelos genes e combinações gênicas que ele pode transmitir a sua descendência, determinado pelo fenótipo do próprio animal, prole (teste de progênie) e parentes colaterais. Os melhoristas tentam calcular este valor. A maneira mais moderna e mais precisa de fazer a estimativa do valor genético de um animal é pelo “Modelo Animal”.

Modelo Animal:

Tecnologia capaz de fazer previsões do valor genético de um animal, de seus antepassados, de seus colaterais e de sua prole, com o menor erro que a ciência atual nos proporciona (maior acurácia).

Ou seja:

Se um animal pesou 300kg aos 365 dias de idade e queremos saber quanto desta capacidade de peso ele vai transmitir para seus filhos(D.E.P. para peso aos 365 dias) então tenho que descobrir quanto existe de genético e quanto se deve ao meio ambiente desta capacidade. Se além deste peso eu puder relacionar matematicamente (com critérios) o peso do seu pai aos 365 dias, o de sua mãe, avô, avó, irmão, 1/2 irmão, filhos, etc, vou poder determinar melhor o quanto desta capacidade de pesar 300kg aos 365 dias, este animal vai transmitir para seus filhos.

Somente com a concretização do uso do modelo animal através do uso de computadores com alta capacidade de memória, foi possível gerar D.E.P. s com batante acurácia, relacionando dados de performances de familiares, antigamente só poderíamos calcular D.E.P. s precisas quando um touro já tinha gerado um certo número de produtos que eram avaliados (teste de progênie). Hoje podemos prever com bastante acurácia (maior que 70% de chance de acontecer) se um touro é capaz de transmitir genótipos com capacidade maior de ganho de peso aos 365 dias sem este touro ter tido filhos.

Desta forma podemos antecipar a avaliação de touros melhoradores, aumentando o progresso genético de nosso rebanho. Poucos técnicos no Brasil utilizam esta tecnologia, mas certamente este é o caminho mais curto para melhorarmos o nosso rebanho.

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