Adubação, Solos e Pastagem

Controle das Cigarrinhas-das-pastagens

INTRODUÇÃO

As cigarrinhas-das-pastagens têm causado grandes prejuízos à agricultura e à pecuária nacional, destruindo pastagens de braquiária, colonião e outras gramíneas forrageiras, bem como alguns cereais, como arroz, milho e sorgo. Devido ao hábito de sugar constantemente a seiva das plantas, as ninfas das cigarrinhas empobrecem ou esgotam rapidamente a vegetação, causando desequilíbrio hídrico, que obriga as plantas a absorverem um maior volume de água do solo. Assim, grande parte das reservas de energia destinadas ao crescimento das plantas é consumida.

SINTOMAS NAS PLANTAS

Assim como as ninfas (fase jovem do inseto), os adultos também sugam a seiva das plantas e ao mesmo tempo injetam uma toxina que bloqueia os vasos das plantas, que, após um certo tempo, começam a amarelar, o que resulta na "queima" e na diminuição da capacidade de suporte da pastagem.

PERÍODO DE INFESTAÇÃO

Os prejuízos começam a aparecer a partir de outubro-dezembro, coincidindo com o início das chuvas e aumento da temperatura e vão até março-abril, fim do período chuvoso. Neste caso o rebanho fica sem alimento em pleno período das chuvas, podendo estender essa situação durante a estação seca, período crítico, quando é mais necessário o uso das pastagens. Nesta ocasião, os insetos podem ser observados no campo, tanto na forma de ninfas como adultos, sugando a seiva das plantas, sendo as ninfas protegidas por espuma branca, o que evita a desidratação das mesmas.

SUGESTÕES PARA CONTROLE DA PRAGA

Algumas práticas ou medidas podem e devem ser utilizadas para a redução dos danos no campo, como:

1. Preservar e proteger algumas espécies de aves, pássaros e outros insetos que são nossos aliados no controle biológico das cigarrinhas. Assim, a galinha dangola, codornas, perdizes, anús e outros atuam como inimigos naturais. Também as formigas, percevejos, aranhas etc., que são predadores de ovos, bactérias e fungos, podem ajudar no combate a cigarrinha. Por isso, é necessário o estabelecimento ou restabelecimento do equilíbrio biológico mediante a manutenção de matas ou faixas de vegetação nativa para abrigar e multiplicar os diversos inimigos naturais da cigarrinha. Evitar também as queimadas, as caçadas predatórias e o uso indiscriminado de inseticidas.

2. Diversificar as pastagens com três ou mais tipos de capim resistente ou tolerante à cigarrinha, o que, associado a um manejo correto, evita o superpastejo, e fazer adubações de manutenção, para o bom desempenho do pasto. Entre as gramíneas conhecidas, recomendamos as seguintes: andropógon, capim-gordura, jaraguá, braquiarão ou marandu, estrela africana, setária kazungula, "coast-cross", capim-buffel e as cultivares de capim-colonião (mombaça, tanzânia, tobiatã, centenário e vencedor).

Além disso, é bom manter e explorar, por meio do manejo correto, uma capineira e/ou canavial, para suplementar a alimentação volumosa do rebanho, poupando as pastagens atacadas pela cigarrinha. 3. Adotar um manejo adequado para cada tipo de capim, em que se observa a altura de pastejo. Para capim de hábito mais rasteiro, como algumas braquiárias, estrela africana, "coast-cross", gordura etc., essa altura pode ser de 25 a 30 cm. Para os capins entouceirados, de porte mais alto, como colonião, andropógon, elefante etc., adotar a altura de 40-45 cm.

Durante a infestação da praga (novembro a março), pode-se deslocar os animais para os capins mais resistentes, como braquiarão, andropógon, mombaça, tanzânia etc. Nessa ocasião, os capins susceptíveis, como a Brachiaria decumbens, devem ser poupados do pastejo pesado. 4. Usar o controle químico, somente no último caso, pulverizando apenas as reboleiras ou locais mais atacados, usando produtos registrados para essa finalidade, como o Fenitrothion e Carbaryl, seguindo rigorosamente as recomendações do fabricante quanto à dose e carência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como não podemos eliminar totalmente as cigarrinhas-das-pastagens, pelo menos, podemos reduzir ao mínimo os prejuízos causados pela praga, mediante a adoção de tecnologias simples e racionais, recomendadas pela pesquisa, como manejo correto, práticas conservacionistas, correções e adubações do solo e principalmente a manutenção do equilíbrio biológico.

Sendo assim, o produtor terá aumentada a sua produção de leite e carne a um custo menor, pois a pastagem é a fonte mais barata de alimentos para o rebanho.

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