Agricultura

Cedro Australiano: Mais fortes depois de 2 anos

“São relatos que costumam persistir até o segundo ano do plantio, quando as plantas já estabelecidas passam a apresentar o comportamento natural de perda de folhas. A partir daí, elas terão melhores estruturas, tanto física quanto química, capazes de oferecer resistência às pragas e às doenças”, afirma Edson Pozza. Há pesquisas, de acordo com Pozza, demonstrando a eficácia de defensivos agrícolas adequados à cultura e a boa performance de materiais selecionados. A planta precisará de ser bem conduzida no campo, com calagem, adubação e, se preciso, irrigação. Para Danilo Rocha, do IEF, um dos problemas dos plantios no estado está justamente na poda e na falta da desrama de galhos laterais para evitar problemas no desenvolvimento ideal do fuste (eixo principal da planta), que as serrarias demandam.

O produtor Getúlio Teodoro da Costa, de Itabirito, decidiu experimentar a cultura num consórcio com a plantação de palmito. “Plantei também o mogno africano, com o mesmo objetivo de avaliar o desenvolvimento da árvore e conhecer a novidade. O eucalipto tem mercado muito instável e dependente do desempenho das mineradoras”, afirma.

Ricardo Vilela, da Bela Vista Florestal, diz que com o processo de clonagem a floresta de cedro australiano pode começar com 816 plantas, tendo ainda 216 árvores para desbaste apenas como garantia contra fatores externos que possam atrapalhar o fuste reto. Até o segundo ano, portanto antes do início da competição delas por água, luz e nutrientes, são retiradas 216 plantas que possam ter sofrido com ataque de formigas e ventos fortes, por exemplo. É possível partir, inclusive, de 600 plantas por hectare, das quais 50% podem ser retiradas aos oito anos e a outra metade aos 16 anos. No modelo com plantas produzidas por semente, são necessárias 1.666 plantas por hectare em espaçamento de 3m x 2m. Até o oitavo ano, é feito o desbaste de 866 plantas.

 
CAMINHO GRANDIOSO

ORIGEM
O cedro australiano foi introduzido no Brasil pela Aracruz Celulose nos anos 1980. Por meio de fomento florestal, o plantio se desenvolveu no Espírito Santo, onde a fábrica de celulose prosperou, e hoje encontra mercados promissores, como espécie alternativa para produção de madeira de serraria, em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia.
 

RAIO X DA PLANTA

Características
>> Árvore da família Meliaceae
>> 20m a 35 metros de altura
>> Tronco ereto e cilíndrico
>> Folhas compostas paripinadas* (30cm a 50 cm)
>> Frutos na forma de cápsulas lenhosas e elipsóides

Comportamento
>> Floresce de setembro a novembro
>> Frutifica entre janeiro e março
>> Perda de folhas entre maio e julho

Produtividade
>> 20 a 30 metros cúbicos de madeira por hectare ao ano (com clones)

Ambiente
>> Cresce em regiões com 500m a 1,5 mil metros de altitude e regime pluviométrico de 800ml a 1,8 mil milímetros de água por ano, com dois a seis meses de estiagem . Altitude não é restrição**
>> Resistente a geadas leves de curta duração

Cultivo com o novo material clonado
>> Espaçamento de 3,5m x 3,5m com 816 plantas por hectare
>> No 1º desbaste, devem ser retiradas seletivamente 200 plantas por hectare até o 2º ano
>> No 2º desbaste, são retirados 50% do total entre o oitavo e o 10º ano
>> Corte raso a partir de 16 anos

PLANTIO FLORESTAL (em MG)
1,550 milhão hectares
90% da área são de eucaliptos
O restante mescla cedro australiano, mogno africano e as nativas mogno brasileiro e guanandi (Calophyllun brasiliense)

 
* Crescem em pares em torno do galho –
** Na Austrália, há plantas em regiões de 40m de altitude – Fonte: IEF

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