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Algumas raças Caprinas

1. Saanen
Origem – Também conhecida como Gessenay, é originada da Suíça, do Vale de Saanen, nos cantões de Berna e Appenzell. Raça muito explorada na Europa e Estados Unidos e em outros países por sua alta produção leiteira e persistência da lactação.

Características – É um animal de porte grande, profundo, de estrutura óssea forte e de orelhas eretas e curtas. Os pêlos são curtos, as vezes medianos, na linha dorso lombar e coxas. A pelagem é uniformemente branca sendo também, aceita a pelagem baia, bem como pigmentação de cor preta sobre a marrafa, orelhas, úbere, vulva, escroto, prepúcio e cascos. Apresenta peso médio variando entre 75 kg e 90 kg nos machos e entre 50 kg e 65 kg nas fêmeas. A altura da cernelha varia de 0,90 m a 1,10 m nos machos e de 0,70 m a 0,85 m nas fêmeas, com um perímetro torácico variando de 1,20 m a 1,25 m nos machos e de 0,80 m a 1,10 m nas fêmeas. No Brasil, a média diária de leite tem variado de 2,5 kg a 4,9 kg para uma lactação com duração de 260 dias a 305 dias.

Aptidão – Leiteira.

2. Pardo Alpina
Origem – O nome sugere a origem, os Alpes europeus. A denominação correta para esta raça deveria ser "Alpina Parda" mas a população já consagrou a expressão "Pardo Alpina". A raça apresenta cabeça triangular, perfil semicôncavo ou retilíneo, orelhas eretas e curtas e porte médio.

Características – As diferenças entre a "Pardo Alpina" e a "Parda Alemã", no tocante à funcionalidade, não são bem conhecidas. Estabeleceu-se que a Pardo Alpina apresenta a face, o ventre, a parte dianteira dos membros ou sua totalidade, particularmente, na parte inferior e a linha dorsal escuros e o "colar" nos machos também, escuro. Já a "Parda Alemã" teria a face clara, com faixas evidentes dos olhos até a mandíbula, ou menores, sempre claras, o ventre claro e as extremidades dos membros claros. O peso e o perímetro torácico variam, respectivamente, de 70 kg a 90 kg e de 1,10 m a 1,20 m nos machos, de 50 Kg a 60 kg e de 0,70 m a 1,00 m nas fêmeas. A altura da cernelha é de 0,90 m a 1,00 m nos machos e de 0,70 m a 0,80 m nas fêmeas. No Brasil, a média diária de leite tem variado de 2,0 Kg a 4,0 kg para uma lactação com duração de 240 dias a 280 dias.

Aptidão – Leiteira.

3. Toggemburg
Origem – originada da Suíça, do vale do Toggemburg, mediante cruzamento inicial da cabra fulva de Saint-Gall com a branca de Saanen. É uma das mais predominantes na Suíça mas, também, é bem difundida na Inglaterra, Estados Unidos e outros países, graças à sua aptidão produtiva.

Características – Apresenta pêlos longos, sendo as vezes medianos e orelhas eretas e curtas. A pelagem é de cor castanha, podendo variar de clara a cinza, marcadamente com duas faixas brancas na cabeça, que se originam próximo da inserção dos chifres indo até a boca. A pelagem, em geral, é marcada por manchas brancas no interior e nas bordas nas orelhas; no focinho; na face interna dos membros e nas extremidades, isto é, dos joelhos e garrões para baixo; ainda um triângulo branco de cada lado da cauda. O peso para o macho adulto varia de 60 kg a 90 kg e para a fêmea adulta de 45 kg a 65 kg. A altura na cernelha, em animais adultos, varia de 0,75 m a 0,85 m nos machos e de 0,70 m a 0,80 m nas fêmeas. No Brasil, a média diária de leite tem variado de 2,0 kg a 4,0 kg para uma lactação com duração de 255 dias a 290 dias.

Aptidão – Leiteira.

4. Alpina Britânica
Origem A raça foi desenvolvida na Grã Bretanha no início de 1900 a partir de uma importação de caprinos alpinos tipo "Black Swiss" da Suíça, feita pela Inglaterra e utilizada em cruzamentos absorventes em cabras locais, iniciado em 1911. A partir daí se estabeleceu um rígido e contínuo processo de seleção, com o livro de registro ficando aberto até 1945, quando então passou a se fazer o definitivo. Na Austrália, os primeiros animais chegaram em 1958 e foram cruzados com animais Saanen e Toggemburg. Foi introduzida no Brasil em 1988, através da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa, PB).

Características – São animais de pêlos curtos e finos, na grande maioria do corpo mas, às vezes, compridos no dorso e flancos, de cor preta; porém branca no ventre, parte interior dos membros e inferior da cauda, além de duas faixas brancas de cada lado do chanfro. A altura na cernelha, para os machos adultos oscila entre 0,85 m e 1,10 m e para as fêmeas entre 0,75 m e 0,90 m. O peso dos machos adultos varia entre 70 kg e 100 kg e nas fêmeas entre 55 kg e 70 kg. Exibe tendência de apresentar um período de lactação longo. No Brasil, a produção média diária varia de 2,8 kg a 5,3 kg, em lactação com duração entre 280 dias e 305 dias.

Aptidão – Leiteira.

5. Anglo Nubiana
Origem – Pertence às raças do tronco das cabras Asiáticas-Africanas, sendo originária, por volta de 1860, de cabras tipo Nubiana do vale do Alto Nilo, da região de Núbia, na atualidade Sudão. Foram obtidas por meio de cruzamentos com cabras comuns da Inglaterra predominantemente, a Zaraibi e a Chitral após intenso processo de seleção, com base na dupla aptidão isto é, leite e carne. A raça é explorada em vários países e foi introduzida no Brasil por volta de 1932. No Nordeste, a raça é bem aceita pelos produtores e difundida em todos os estados em virtude da sua adaptação as condições edafoclimáticas da zona semi-árida da região.

Características – São animais de pêlos curtos e finos, podendo variar de preto a branco, em todas as tonalidades, ou manchada, por vezes sem predominância de qualquer das cores. As cores castanho-escura e vermelha também são comuns. São animais robustos e de porte grande. As fêmeas pesam, em média 55 kg a 65 kg enquanto, que os machos alcançam pesos que variam de 70 kg a 95 kg e tem cerca de 0,60 m a 0,70 m de estatura nas fêmeas e de 0,70 m a 0,90 m nos machos. A raça, em geral, produz uma média diária de leite menor do que todas as raças Alpinas exploradas no Brasil bem como apresenta um período de lactação mais curto. O leite da cabra Anglo-nubiana é aproximadamente, 1% superior em gordura em comparação ao das raças Alpinas.

Aptidão – Ainda existem, produtores e técnicos, que consideram a raça como de dupla aptidão. No entanto, na atualidade, os Estados Unidos lideram trabalhos técnico-científicos no sentido de se desenvolver linhagens diferenciadas para leite e para corte.

6. Murciana
Origem – A raça é originária da Espanha e insere-se no tronco das Pirinaicas (europeu). Os espanhóis têm dedicado, ao longo das últimas décadas, bastante atenção à exploração e seleção, para o aprimoramento da produção de leite. No Brasil, recentemente foi introduzido um lote desta raça por criadores do estado da Paraíba.

Características – São animais de pêlos curtos e finos, de cor geralmente preta, podendo haver exemplares de cor castanho-escura. A cabeça é triangular, de perfil reto com frontal amplo e ligeiramente deprimido ao centro. As orelhas são de tamanho médio, eretas e muito móveis. É um animal geralmente mocho, de porte pequeno, com peso variando nas fêmeas adultas de 45 kg a 60 kg, e nos machos adultos de 60 kg a 70 kg. A altura média da cernelha é de 0,80m nos machos adultos e de 0,70m nas fêmeas. A média de produção é de 600 kg de leite por lactação.

Aptidão – Leiteira.

7. Boer
Origem – Também conhecido por Africânder ou Africâner ("Branco da África do Sul") e Bode Comum da África do Sul. A Boer é uma raça indígena melhorada por muitos anos com alguma infusão de sangue dos caprinos Angorá, europeus e indianos. Diversas pesquisas apontam que a população indígena original era provavelmente de Namaqua Hottentots e das migrações para o sul das tribos Bantu. O nome é derivado da palavra holandesa "boer" que quer dizer fazendeiro e foi usada, provavelmente, para distinguir as cabras nativas da Angorá, que foram importadas para África do Sul durante o século 19. Os caprinos Boer atuais surgiram no início do século 20, quando rancheiros da Província de Easter Cape iniciaram a seleção para corte.

Características – Apresenta a pelagem branca em todo o corpo, exceto nas orelhas e na cabeça, que são de coloração vermelha, variando do claro ao escuro, com faixa branca na face. A pelagem da cauda pode ser vermelha, no entanto a coloração não deve ultrapassar além de 2,5 cm de sua base. É ainda permissível pelagem cuja coloração na cabeça e orelhas seja preta ou marrom, e com manchas de menos de 5 cm de diâmetro nas pernas, abaixo da linha do ventre. Os machos pesam em torno de 110 kg a 135 kg e as fêmeas entre 90 kg e 100 kg. Os registros de desempenho indicam que alguns animais, em confinamento, chegam a ganhos diários médios de cerca de 200g/dia. Entretanto, o desempenho médio é da ordem de 150 g a 170g/dia.

Aptidão – Corte.

8. Savana
Origem – a raça surgiu em meados de 1957 na África do Sul, a partir de acasalamentos realizados pelo criador D.S.U.Cilliers e seus filhos, de fêmeas com pelagem colorida com um reprodutor branco. O núcleo inicial expandiu-se para cerca de cem outros na própria África do Sul. Desde o início, a seleção foi dirigida para se obter animais de pelagem branca e muito resistentes aos parasitas, com eficiente produtividade em carne. O hábitat destas cabras brancas seria no campo tipo Savana, perto do rio Vaal, vivendo em condições edafoclimáticas extremamente precárias. Como resultado da seleção natural somente teriam sobrevivido os mais aptos. Por isso, se admite que o manejo sanitário da raça Savana é simples e de baixo custo.

Características – A cabeça é triangular; as orelhas são de comprimento médio a longo. A pele é flexível, grossa, totalmente pigmentada de preto e os pêlos são curtos. O Savana é um caprino de grande porte, os machos podem passar de 130 kg. As fêmeas pesam normalmente entre 60 kg e 70 kg. Os animais são compridos, de boa conformação de carcaça, lombo comprido e largo, com pernil bastante desenvolvido. Os aprumos são bem definidos com membros fortes, ligamentos robustos, bom desenvolvimento muscular e ossos, quartelas e cascos muito fortes.

Aptidão – Corte.

9. Azul
Origem – Tipo naturalizado do Nordeste Brasileiro. A cabra Azul é originalmente africana e pertence ao grupo "Wad", que significa "West African Dwarf", ou "cabras pequenas do oeste africano". Nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará encontra-se a maioria dos animais da raça ou tipo racial, entretanto, são próprios da caatinga do Estado do Piauí. É conhecido também pelas denominações de Azulego, Azulona, Azula e Azulanha.

Características – A pele é escura, as mucosas nasal e perineal são negras ou em tom cinza-escuro. A pelagem é azulada ou cinza-azulada, podendo apresentar as extremidades bastante escuras. Algumas apresentam o debrum isto é, o contorno da orelha também escuro. Animais com peso médio em torno de 34 kg a 36 kg. Rústica e adaptada ao ambiente semi-árido.

Aptidão – Carne e pele.

10. Canindé
Origem – Raça naturalizada do Nordeste Brasileiro e provavelmente originária da raça Grisonne Negra, dos Alpes Suíços. Alguns afirmam que o nome é oriundo de "Calindé" que era a tanga branca, de algodão rústico, usada pelos escravos. O escravo vestia sua "calindé" da mesma maneira que essa cabra vestia a sua "calindé", alusão da parte baixa do corpo de cor branca, mantendo-se o restante de cor preta. Outros afirmam ter origem da região do Vale do Rio Canindé, no Piauí. O nome consolidou-se como Canindé. Este, significa "faca pontuda", usada principalmente no Sertão Cearense ou também pode significar as pedras ou lascas rochosas que serviam para afiar lâminas ou peixeiras no sertão do Piauí.

Características – Apresenta a cabeça negra, com mancha baia, de tamanho variado, na região da garganta. Na face, uma faixa branca ("lágrima") estreita percorre a arcada orbitária pelo lado interno (cranial), descendo até os lacrimais, ou pouco mais. Os pêlos da parte externa da orelha são negros, mas claros na parte interna e nos bordos são claros. O focinho é negro. A linha branca ventral tem início na base do peito, seguindo pelas axilas, passando pela região inguinal e pelas nádegas, chegando até á base da inserção da cauda, onde os pêlos das bordas inferiores são claros. Os membros dianteiros e traseiros são negros na frente e brancos atrás, com exceção dos joelhos que são brancos, tanto na frente como atrás. Os cascos são sempre negros. E comum encontrar-se animais com pelagem preta e vermelha ao invés de preta e baia. Apresenta peso corporal médio de 35 kg a 40 kg e altura aproximada de 55 cm. São rústicas e prolíferas.

Aptidão – Mista e pele.

11. Marota
Origem – Tipo naturalizado do Nordeste brasileiro, que se originou de raças trazidas pelos colonizadores. Provavelmente se originou da própria alpina branca. Encontrada nos sertões da Bahia, Pernambuco e Piauí.

Características – Apresenta pelagem branca ou baia. Em geral, apresenta barba e pequenas pintas pretas nas orelhas, que são de tamanho pequeno e com pontas arredondadas. Os pêlos são um pouco maiores nos machos. A cabeça é ligeiramente grande, vigorosa; os chifres são bem desenvolvidos, divergentes desde a base e voltados levemente para trás e para fora, com as pontas reviradas quase sempre para frente, são grossos na base e afinando para as pontas. o pescoço é delgado, propiciando ao animal um aspecto elegante; a linha de dorso é reta; a garupa é levemente inclinada; o corpo é ligeiramente alongado; os membros são alongados, fortes e bem aprumados, terminando em cascos claros; a pele e as mucosas são claras, com pigmentação na cauda e face interna das orelhas, que nem sempre são pigmentadas; o úbere é bem conformado, embora pouco desenvolvido, com tetas claras. Apresenta, em média 36 kg de peso corporal.

Aptidão – Mista e pele.

12. Moxotó
Origem – Raça naturalizada do Nordeste brasileiro. Foi introduzida no País pelos colonizadores, é rústica e adaptada a zona semi-árida da região Nordeste. A origem do nome "Moxotó" provém do vale do Rio Moxotó, no Estado de Pernambuco, onde se concentrava a raça. Na atualidade é criada, principalmente, nos Estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí.

Características – Apresenta pelagem branca, com o ventre, uma lista que se estende do bordo superior do pescoço à base da cauda, duas faixas longitudinais que se extendem até a ponta do focinho e as extremidades dos membros, de coloração preta. As orelhas são pequenas e as mucosas, as unhas e o úbere, pigmentados. O peso médio das fêmeas é de cerca de 31 kg, com uma estatura média de 62 cm.

Aptidão – Carne e pele.

13. Graúna
Origem – Tipo naturalizado do nordeste brasileiro, provavelmente, descendente da raça Murciana, trazida da zona árida da região sul da Espanha. Também, conhecida por Preta Graúna ou Preta de Corda.

Características – Apresenta pelagem preta, sem quaisquer outras nuanças. É rústica, com peso corporal entre 35 kg e 40 kg.

Aptidão – Mista e pele.

14. Repartida
Origem – Tipo naturalizado do Nordeste brasileiro, também conhecida como "Surrão", que significa, pessoa suja ou roupa rasgada e suja. Observa-se animais do tipo Repartida oriundos do cruzamento de animais da raça Alpina Francesa com animais de pelagem parda, possivelmente, esta é a origem desse tipo de animal.

Características – Apresenta a pelagem dividida ao meio, com duas cores distintas, sendo em geral, a parte anterior de cor baia e posterior preta. Admite-se, porém, o inverso, isto é, que a parte anterior seja escura e a posterior baia. A delimitação da cor da pelagem entre o anterior e o posterior é irregular. Apresenta peso corporal médio de cerca de 36 kg.

Aptidão – Carne e pele.

15. Gurguéia
Origem – É um tipo nativo do Nordeste brasileiro. Alguns autores sugerem ser descendente da cabra Charnequeira de Portugal. Seu nome se deve a um afluente do rio Parnaíba, no Piauí.

Características – Apresenta pelagem vermelha escura com ventre de cor baia a castanha, linha dorso-lombar, ventre e parte inferior dos membros de cor preta. Perfil retilíneo; chifres voltados para cima e para trás, com as extremidades também voltadas para trás; orelhas pequenas; pescoço proporcional à cabeça e ao corpo; linha de dorso reta; garupa curta e inclinada; corpo ligeiramente alongado; cascos escuros. Pesam em média 36 kg.

Aptidão – Carne e pele.

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