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A importância dos Sistemas de Gestão da Qualidade na Avicultura

Hoje existem vários programas voltados aos sistemas de gestão como sistemas de ISO 9000 – sistemas de qualidade de processo, de produto, ambiental, segurança de alimentos, entre outras, HACCP ou APPCC – análise de perigo e de pontos críticos de controle, GMP ou BPF – boas práticas de fabricação, Eurepgap – sistema de garantia de produção de alimento seguro desde o campo, OHSAS – sistema de gestão voltado para a saúde de segurança ocupacional e muitos outros.

Os sistemas de gestão, implantados separadamente ou em conjunto, trazem benefícios no nível operacional e gerencial facilmente percebidos.

Esses sistemas de gestão têm como base entre outros itens:

– A padronização dos processos operacionais;
– Treinamentos direcionados e especializados para cada função;
– Sistema de indicadores de acompanhamento que permitem uma visão ampla e real do andamento dos processos;
– Registros e tratamento das ocorrências;
– Integração entre colaboradores e o sistema de gestão;
– Integração entre os colaboradores e os outros processos da empresa;
– Normas claras e objetivas quanto a política da empresa;
– Busca por ambiente de trabalho adequado;
– Garantia de qualidade de processo e principalmente de produto.

A maioria dos sistemas de gestão foi baseada nas normas ISO 9000, principalmente a parte de padronização dos procedimentos, organização de documentos, programas de treinamento. Junto a estes procedimentos foram adicionados os específicos a cada sistema, como o de BPF, onde existem as regras específicas de Procedimento Padrão de Higiene Ocupacional (PPHO), regras de saúde do colaborador, equipamentos de higienização, programas de higienização de ambientes e equipamentos, acessórios necessários com luvas, toucas, máscaras ou o não uso de acessórios como a proibição de uso de adornos, esmaltes, etc.

O sistema APPCC tem como base as normas de BPF, com ênfase na garantia do processo através de análise minuciosa do processo e identificação, tratamento e registro dos possíveis pontos onde é possível haver algum tipo de contaminação ou não conformidade.

Falando especificamente sobre ISO, o termo ISO não é uma sigla, mas um nome derivado da palavra grega “isos”, que significa “igual”. Esta palavra foi escolhida para dar nome à International Organization for Standardization e evitar a proliferação de siglas em função dos vários idiomas dos países membros. É uma organização internacional, não governamental, que elabora normas internacionais e foi fundada em 1947, com sede em Genebra, na Suíça.

Compreende cerca de 120 países e é formada por organizações ou institutos de padronização nacionais, à proporção de um membro por país.

A ISO é uma federação mundial de órgãos nacionais de normalização, que tem por objetivo preparar e emitir normas técnicas, segundo BÁEZ et al, 1993. O Brasil participa da ISO através da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

O maior objetivo da ISO é o estabelecimento de normas que representem e traduzam o consenso quanto ao conteúdo dos diferentes países membros, através de discussões e análises.

O conjunto de normas elaboradas pela ISO é bastante amplo e abrange todos os ramos do conhecimento. A este conjunto podemos denominar de “Família ISO”. Dentro desta família, composta por mais de 10.000 normas internacionais, encontra-se um subconjunto denominado “ISO Série 9000” que são as mais conhecidas atualmente.

A utilização de um programa de qualidade ou de uma ferramenta específica de gestão para a qualidade, faz sentido quando os seus efeitos podem ser mensurados e os resultados passíveis de medição para a verificação da eficiência e da eficácia da solução implementada. A forma mais comum utilizada para a medição é a utilização de indicadores,

Os indicadores são variáveis representativas de um processo que permitem quantificá-lo e visualiza-lo de forma mais prática. Em função do uso a que se destinam, os indicadores podem ser classificados de diversas maneiras. Para o Instituto Brasileiro de Qualidade Nuclear- IBQN (1993), os tipos mais comuns são:

a) estratégicos, táticos e operacionais – situam os indicadores conforme se aplicam às questões vinculadas a cada segmento do planejamento da empresa;

b) funcionais – são os indicadores relacionados com as funções da empresa, podendo-se falar de indicadores de produção, vendas, planejamento, finanças, tecnologia, suprimentos, recursos humanos, etc;

c) de qualidade e produtividade – indicadores relativos à eficiência e eficácia do processo.

Em estudos realizados há evidências importantes dos benefícios ganhos com a certificação de um ou mais sistemas de gestão como:

– aumento do market share;
– utilização da certificação como marketing;
– conquista de novos clientes.

Benefícios quanto a implantação do sistema:
– maior eficiência/produtividade;
– redução de perdas;
– melhoria nos serviços ao cliente;
– redução de custos;
– Melhor controle gerencial;

1. Maior conscientização quanto aos processos;
2. Utilização do padrão como ferramenta promocional;
3. Melhoria dos serviços com clientes;
4. Facilidade com a eliminação de problemas com os processos;
5. Aumento da eficiência;
6. Aumento no número de clientes;
7. Aumento da satisfação do cliente;
8. Melhoria no processo de adaptação de novos empregados.

É possível implantar com sucesso um ou mais sistemas como estes em granjas, fábricas de ração ou outras unidades do setor. Todas as normas citadas são adaptáveis a todos os seguimentos de mercado

Para obter sucesso na implantação de sistemas como esse, é necessário um profissional com conhecimento no sistema de gestão desejado, colaboradores dispostos a participar do projeto, força de vontade e a maior vantagem é o baixo custo.

É possível usar dos colaboradores de outros departamentos para ajuda na implantação do sistema, talvez isso proporcione um tempo maior de implantação, mas o resultado final é bastante satisfatórios.

Os investimentos são relativos às instalações atuais da empresa e daquilo que ela procura no sistema. Adaptações são possíveis, mas o empresário certamente terá algum tipo de gastos com a implantação. O mais importante é reafirmar que a participação dos colaboradores já existentes na empresa é fundamental para sucesso do trabalho, porque faz deles mais participativos e dedicados, além de reduzir os gastos com a implantação.

Não há um prazo específico para implantação dos sistemas, depende também de variáveis como disponibilidade de pessoas, de investimento, de profissionais habilitados entre outras.

Mesmo que o processo demore um tempo razoável, os resultados são notados já nos primeiros meses e à medida que o projeto avança, esses também avançam!

É importante lembrar ainda que os sistemas de gestão citados são eficientes também quando implantados, para auditorias de segunda parte, ou seja, quando a empresa é visitada por um fornecedor ou para exportações.

São inúmeras as vantagens que se pode ter com um bom sistema de gestão de qualidade. O importante é como fazê-lo.

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