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A importância do tamanho do farelo na suinocultura

A economia é resultado principal do aproveitamento ideal do milho. Segundo o técnico da Embrapa Cláudio Bellaver, as pesquisas mostraram que um suíno é capaz de digerir completamente partículas de milho com diâmetro entre 509 e 645 micrômetros- o equivalente a 0,509 milímetros ou 0,645 milímetros. Se a partícula for maior do que o limite estipulado pelas pesquisas- o DGM médio praticado hoje é de 1 milímetro- os suínos não digerem todo o alimento e os excessos de milho saem nas fezes dos animais. Se a partícula é menor do que o piso definido pela Embrapa, e a ração fica "fina" demais, os suínos têm úlceras estomacais.

No caso dos suínos, mostraram os estudos, o ganho do produtor ocorre principalmente na diferença milimétrica entre o tamanho usual e o ideal do farelo. Em um cálculo rápido, o economista e técnico da Embrapa, Ademir Girotto, diz que a economia da ração durante a vida do animal – desde o nascimento até a terminação – chega no mínimo a 20 quilos – o equivalente a R$ 6,52 por suíno. Assim, observa, se o DGM ideal fosse usado na alimentação de apenas 767.815 animais (5% do rebanho abatido na região sul do ano passado), seriam economizados 15.356 toneladas de ração- ou R$ 5 milhões.

Na avicultura, a dificuldade para quantificar os ganhos é maior. Como começam a digestão na moela, os frangos e galinhas podem comer rações mais grossas, com DGM perto de 1 milímetro.

Assim, a medição do diâmetro, feita por um equipamento chamado granulômetro, não resulta em diminuição significativa do uso de matéria-prima, mas principalmente na melhoria no processo de produção de rações. "Compramos o medidor há um ano porque tínhamos problemas sérios de desperdício. Agora com a possibilidade de determinarmos o DGM do farelo, definimos o tamanho ideal para cada fase das aves- inicial, de crescimento e final- e passamos a fazer o produto nos limites determinados. Assim, frangos comem tudo o que damos, o que não ocorria quando a ração ia às granjas "mais grossa" ", diz o proprietário da Agrofrango Industria de Alimentos Ltda, André Delai.

Segundo ele, a empresa, que fica em Ipumirim, no oeste catarinense, produz 200 toneladas/ dia de rações. O volume é suficiente para alimentar o 1,5 milhões de aves alojadas que garantem ao frigorífico o abate diário de 55 mil animais.

Apesar do otimismo dos técnicos e de gente como Delai, o granulômetro, desenvolvido depois de quatro anos de trabalho de parceria da Embrapa com a Perozin Indústria Metalúrgica Ltda, de Concórdia, não fez muito sucesso entre a maioria dos produtores. "O conhecimento existe e foi reunido em um equipamento, o que é o objetivo de nossas pesquisas. Resta agora que o pessoal do campo utilize o que desenvolvemos", diz Cláudio Bellaver.

"Como o produto é novo – e pouco conhecido – os negócios estão em ritmo lento. Isso porque o pessoal ainda não sabe ao certo o que o granulômetro faz", diz o presidente  da Perozin, Harry Perozin. Para reverter a situação, a empresa, que produz alimentadores e bebedouros de suínos, moedores de ração, silos, entre outros itens, começou a organizar encontros com produtores, fabricantes de ração e agroindústrias. "As reuniões servirão para mostrarmos a utilidade do produto".

O funcionamento do granulômetro é simples. O milho, moído, é colocado em um tubo onde há uma régua. Em seguida, um peso de metal comprime o farelo. O suinocultor vê quanto desceu na régua do granulômetro com uma tabela elaborada pela Embrapa. Se o peso descer 10 centímetros de milho estão grossas demais para suínos. Se o peso desce de 10,6 cm a 13 cm, o farelo está no tamanho ideal.

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