Agronegócio

A galinha dos ovos de ouro está no campo

Por volta de 1840, já dominavam as exportações brasileiras o café, com 42%, e o açúcar, com 27%, a preços correntes, e aquele tímido agronegócio se tornaria no passar de 173 anos uma das alavancas poderosas do desenvolvimento nacional e uma verdadeira galinha dos ovos de ouro do país. O Produto Interno Bruto(PIB) do agronegócio brasileiro foi de R$ 976,6 bilhões em 2012, a preços correntes, e as exportações alcançaram um superávit de US$ 79,8 bilhões, movimentando as economias regionais, e apesar dos gargalos históricos nos caminhos da comercialização dos produtos agropecuários e florestais.

Os substantivos ganhos de produtividade nas culturas e criações têm contribuído com a redução da abertura de novas áreas agrícolas, pois o fator terra, segundo o ex-presidente da Embrapa, Eliseu Alves, mineiro de Carrancas, Sul de Minas, não mais explica isoladamente os avanços da agricultura nacional e sim a adoção de novidades tecnológicas nos estabelecimentos rurais. É relevante destacar que as inovações geradas pela pesquisa agropecuária chegam ao campo por meio da assistência técnica e extensão rural, assistência privada, bem como da televisão, rádios, jornais, suplementos, revistas, internet, cooperativas. E mais, dados dos mercados agrícolas, troca de experiências e conhecimentos locais, entre outros, indispensáveis à tomada de decisão nos negócios agrossilvipastoris, que também abastecem e exportam.

Pode-se aceitar, sem muito esforço dedutivo, que se vive na era da velocidade da informação globalizada, que transformada em conhecimentos é adotada pelos empreendedores rurais numa visão de sustentabilidade socioeconômica e ambiental, liminarmente num universo de 551.617 estabelecimentos rurais em Minas e 5,4 milhões no Brasil.

São cenários desafiadores na diversidade de um país continental, com suas singularidades e vantagens relativas regionais na agroeconomia. A adoção de tecnologias implica em lucro e a inovação leva a presumir sucesso para quem planta, cria, preserva, recupera, abastece e exporta. Uma longa e solidária caminhada.

Diante desses cenários de demandas e ofertas, entre as quais a produção de alimentos, fibras, biomassa e agroenergia sustentável, faz-se necessário chegar às cadeias produtivas do agronegócio, do campo à mesa do consumidor, informações de qualidade, ou seja, aquelas confiáveis, oportunas e práticas, que contribuam à tomada de decisão dos empreendedores rurais. Porém, não há risco zero em nenhuma atividade. Vale assinalar que 2,63 milhões de mineiros largaram o campo entre 1950 e 2011, por vários fatores que se associam, e 650 municípios, ou mais, ainda têm forte dependência do agronegócio.

Ao lidar com fatores econômicos, sociais e ambientais, dentro  da fazenda, depreende-se que esse espaço rural, conectado com o país e o mundo, é multifuncional e estratégico. Entre 2000 e 2012, a oferta nacional de grãos passou de 83 milhões para 166,2 milhões de toneladas, um aumento de 100,2%, e com expansão da área cultivada, na mesma comparação, de apenas 45,4%. Houve substantivos ganhos de produtividade, revelando a adoção de inovações pelos empreendedores rurais. O comportamento da agricultura mineira, até agora, segue essa mesma lógica.

Nesse voo panorâmico é bom lembrar que a perda mínima de 5% de grãos e oleaginosas, numa safra de 180 milhões de toneladas, seria de 9 milhões de toneladas, que poderiam alimentar os humanos, os rebanhos e se transformar em carnes, leite, ovos, proteínas, rações e divisas. E continua tímida a política de redução de perdas nos caminhos do agronegócio.

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