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Temperamento em zebuínos garante 40% de herdabilidade

O setor pecuário bovino brasileiro tem investido cada vez mais na utilização de tecnologias, de modo a atingir a competitividade almejada.

Notadamente um dos caminhos para a diminuição dos custos é a produção a pasto, e as raças zebuínas, reconhecidas pela rusticidade e adaptação dos animais, tem sido utilizadas em muitos rebanhos. Entretanto, para a maximização dos processos de produção do setor, é necessário eliminar os pontos fracos destas raças, dentre eles o temperamento mais agressivo.

Constatou-se por meio de embasamentos científicos que os animais mais agressivos ganham menos peso, produzem menos leite, têm baixo desempenho reprodutivo, e são mais suscetíveis a doenças, além de aumentarem os custos com mão-de-obra, o tempo de manejo, e os riscos de acidentes de trabalho. Diante da necessidade de medir o temperamento dos bovinos, a Doutora em Ciência Animal, Walsiara Maffei, desenvolveu teste de reatividade animal em ambiente de contenção móvel, o reateste, permitindo a seleção para o temperamento.

Este teste consiste num dispositivo eletrônico, acoplado à balança e a um software específico. O método não interfere nas práticas da fazenda, já que é realizado no momento da pesagem do animal.  “O dispositivo capta a movimentação que o animal provoca na balança, durante 20 segundos e, envia diretamente para o programa do computador, que determina a reatividade do animal, em uma escala contínua de pontos”, informa Maffei.  Após o índice estipulado pelo teste, sendo que pontuações maiores indicam animais mais reativos (agressivos), o profissional responsável realiza uma avaliação com base na genealogia, e chega numa predição das DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie).  A raça Nelore, por exemplo, possui herdabilidade de 0,39 ao ano.

Walsiara explica que a reatividade está ligada também ao estresse que o animal sofre no sistema de produção, e que a seleção para o temperamento deve ser realizada aliada ao manejo racional do rebanho. “Nota-se que em fazendas onde os animais são tratados de forma mais humanizada, sem gritos, sem o uso frequente de ferramentas capazes de ferir, o rebanho é naturalmente mais manso”, ressalta.

De acordo com a pesquisadora, a mentalidade dos pecuaristas está mudando. “Estamos vivendo a era para a seleção de temperamento. Hoje, o próprio cliente já despertou para a necessidade de adquirir animais mansos, e avaliados”, destaca.

Buscando atender a uma nova exigência do mercado, alguns programas de melhoramento genético já estão criando DEPs (Diferenças Esperadas nas Progênies) que expressam o temperamento do animal, para atender produtores preocupados em reduzir o tempo dos animais na fazenda, ou seja, aumentar sua rentabilidade.

Bárbara Ferragini
Assessoria de Imprensa Genética Aditiva
www.geneticaaditiva.com.br / (67) 3321 5166

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