Falta de chuvas reduz vigor e germinação das sementes
A época da semeadura da soja, que ocorre do fim de setembro ao início deste mês, está coincidindo com a falta de chuvas e o clima seco em quase todo o país, o que preocupa especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De acordo com o pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja (Londrina-PR), a semeadura da soja deve ser feita quando a chuva conseguir repor a reserva de água no solo. “Depois de um longo período de estiagem, é preciso cautela no momento da semeadura, para que o solo tenha recuperado sua boa condição hídrica”, defende Farias.
O pesquisador Ademir Henning, da Embrapa Soja, explica que, se a semente não encontrar condições adequadas de umidade para germinar, ela vai gastar suas reservas, o que diminui o vigor e a germinação. “Além disso, em situações de estresse, a semente perde aminoácidos, carboidratos, que são fontes de alimento para fungos do solo. Esses fungos podem deteriorar a semente ou provocar morte prematura de plântulas (planta em fase inicial de germinação)”, diz.
TRATAMENTO Para proteger a semente contra o ataque destes fungos, é indicado o tratamento delas com fungicidas. A indicação da pesquisa é para o uso de produtos que tenham em sua formulação fungicidas de contato (thiran, tolyfluanid, captan), mais eficientes no controle de fungos de solo. “A tecnologia pode assegurar populações adequadas de plantas, quando as condições climáticas são desfavoráveis à germinação e à rápida emergência da soja e, freqüentemente, evitar ressemeadura”, garante Henning. “Também é importante adquirir sementes certificadas, que congregam pureza genética, alto vigor e germinação”, orienta.