Notícias

Sistema agroflorestal é tema de dissertação do mestrado em Ciências Agrárias da UFMG

Integração lavoura-pecuária-floresta na recuperação de pastagens degradadas no Norte de Minas Gerais é o título da dissertação de mestrado de Verônica Alves Mota, defendida na manhã de hoje, dia 18, dentro do programa de mestrado em Ciências Agrárias/Agroecologia do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, campus regional de Montes Claros.

O trabalho tem como foco áreas que, ao longo dos anos, com a intensa atividade pecuária associada à falta de cuidados, sofrem com a exposição ao sol, a perda de nutrientes, a infestação de plantas daninhas e a erosão. “Fica muito caro para o produtor rural adubar e cuidar dessas áreas”, justifica Verônica. Como o próprio título do trabalho sugere, a intenção da pesquisadora foi avaliar a eficiência do sistema agroflorestal para a recuperação dessas áreas. “A intenção é recuperá-las não só para voltarem à atividade pecuária, mas dar novas oportunidades de ganho ao produtor.”

O sistema agroflorestal, como explica Verônica, combina o componente arbóreo, principalmente com espécies que tenham valor comercial, a cultura agrícola e as espécies forrageiras, que vão garantir alimentação para os animais. As vantagens dessa associação foram comprovadas em um experimento realizado no ICA/UFMG, de janeiro a maio de 2009. Como componentes arbóreos, foram usados o eucalipto, espécie mais usada nesse tipo de sistema, e a Acacia mangium, espécie de leguminosa. Na área do experimento foi cultivado sorgo, usado para silagem, planta que se adapta bem à região por tolerar a falta d´água. As espécies forrageiras usadas foram Andropogon gayanus cv. Planaltina, Brachiaria brizantha cv. Xaraés e Panicum maximum cv. Tanzânia.

Dessas três forrageiras, as que se mostraram mais tolerantes ao sombreamento foram a Brachiaria brizantha e o Panicum maximum, em acordo com resultados de outras pesquisas encontradas na literatura consultada por Verônica Mota. Outro resultado do estudo que merece destaque, segundo a mestranda, diz respeito ao manejo de plantas daninhas, que geralmente competem com todas as culturas em termos de espaço, nutrientes, luz e água. Foram adotados dois tipos de manejo: um com a aplicação de herbicida e o outro sem qualquer interferência no crescimento dessas plantas. “Independentemente da aplicação do herbicida, percebemos que o sorgo e as forrageiras tiveram bom desenvolvimento. Essa informação é importante para o produtor porque o herbicida é um insumo muito caro”, comenta Verônica. Segundo ela, o uso de um espaçamento menor no cultivo, em seu experimento, contribuiu para reduzir a interferência das plantas daninhas.

O projeto foi desenvolvido sob orientação de Leonardo David Tuffi Santos e coorientação de Regynaldo Arruda Sampaio, ambos professores do ICA/UFMG.

Clique aqui para Comentar

Você precisa fazer o login para publicar um comentário. Logar

Deixe sua Resposta

Mais Lidas

Topo