Durante o segundo semestre deste ano, manter o consumo de carne vai sair mais caro para o consumidor cearense. Desde o início deste mês, o preço da carne bovina subiu cerca de 15%, no Estado, em relação a igual período do ano anterior, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes de Fortaleza (Sindicarnes).
Um dos fatores que contribuiu para o aumento foi o início do período da entressafra, que começa a partir de agosto e só deve terminar em janeiro do próximo ano. Segundo o presidente do Sindicarnes, Francisco Everton da Silva, tradicionalmente, as carnes ficam mais caras no segundo semestre. “Os preços costumam subir entre 5% e 15%, mas isso depende do tipo de carne”, destaca.
Para ele, além do período de entressafra da carne, outros elementos motivaram a escalada de preços. Entre eles, o período de seca que vem se estendendo nos últimos anos. “Os problemas climáticos pioraram a situação para este período, gerando mais custo e aumento dos preços”.
Tendência de alta
Conforme o presidente do Sindicarnes, a tendência é que os preços aumentem ainda mais no decorrer do ano, no entanto, sem estimativa de quanto podem crescer. “Enquanto subir, teremos que repassar o aumento para o consumidor”, ressalta.
Além disso, a extensão da seca nos estados produtores que fornecem para o Estado preocupa o sindicato. “Cerca de 90% de toda a carne consumida no mercado cearense são importados de outros estados. Por conta disso, o que vai definir esse comportamento é o clima”.
Carne suína
Neste mesmo período, a carne suína também ficou 7% mais cara. Apesar da alta, a perspectiva é de uma variação menor no preço. “A carne suína se comporta de uma maneira diferente. Como ela costuma ser comprada apenas em feriados, eventos e fim de semana, a estimativa é que o aumento seja menor em relação a carne bovina”, acrescenta Everton da Silva.
Frango tem queda
Com o preço da carne bovina e suína mais alto, o frango deverá se tornar a alternativa para os consumidores cearenses. De acordo com o presidente da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), João Jorge Reis, o valor do produto diminuiu nesta semana. “O frango abatido está sendo ofertado ao consumidor a R$ 3,50, cerca de 40% menos que nas últimas semanas. Esse é o preço sugerido pelo avicultores. Em alguns casos, chega a custa no máximo R$ 6”, detalha Jorge Reis. A redução, segundo ele, se deve a um excesso de produção e deve durar pelo menos um mês.
IPCA-15
Neste mês, dos 11 tipos de carne avaliadas no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas dois tiveram redução de preço, o lagarto comum (-0,36%) e alcatra (-0,37%). Dentre os que sofreram aumento está a carne de porco (4,33%), carne de carneiro (1,45%), o peito (1,70%) e a costela (1,18%). O frango inteiro registrou queda de -1,33%.
Por: Raissa Hilgenberg
Fonte: FCDL – CE
