Notícias

PIB agropecuário cairá R$ 4,72 bi em 2006

Projeções da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), com base em dados acumulados de janeiro a setembro, indicam que o Produto Interno Bruto do setor agropecuário reduzirá em R$ 4,72 bilhões, em 2006, caindo dos R$ 153,04 bilhões registrados em 2005, para R$ 148,32 bilhões, neste ano. O resultado representará uma queda de 3,08% na renda dos produtores rurais brasileiros, em 2006, se mantidas as mesmas taxas de crescimento nos meses subseqüentes, até o final do ano. “Mais uma vez, a queda de renda do agronegócio se concentra na produção primária, isto é, dentro da porteira da fazenda”, afirma Ricardo Cotta, superintendente técnico da CNA.

As expectativas são de redução do PIB, em 2006, tanto para a pecuária como para a agricultura. O PIB da agricultura deverá somar R$ 83,45 bilhões, em 2006, com queda de 2,01% em relação ao valor de R$ 85,20 bilhões, no ano passado. Para a pecuária, a estimativa é de um recuo de 4,38% no PIB do segmento, caindo para R$ 64,87 bilhões, em 2006, frente aos R$ 67,84 bilhões, de 2005. Tais projeções baseadas no comportamento até setembro são muito influenciadas pelo desempenho desfavorável da pecuária, que ainda deverá apresentar alguma recuperação até dezembro.

“O setor primário arrastará consigo o setor de insumos”, afirma Ricardo Cotta. As estimativas indicam que deverá ocorrer uma retração de 4,06% no PIB do setor de insumos, em 2006, com queda menos acentuada de 3,87% nos insumos utilizados pela agricultura. No caso dos insumos da pecuária, a queda chegará a 4,3% este ano. Mas a queda dos setores primário e de insumos será compensada por um crescimento moderado da agroindústria voltada à produção vegetal, embora a indústria de base animal continue com tendência de queda. Quanto ao setor de distribuição, também deverá crescer no segmento vegetal, diminuindo no segmento animal.

O agronegócio brasileiro segue sua trajetória de quase estagnação, embora já se observe tendência de melhora até o final do ano. Ricardo Cotta chama a atenção para a reação positiva do segmento de produção vegetal à recuperação dos preços internacionais, iniciada em julho. Também o segmento de produção pecuária começou agora a reagir. Embora o crescimento no agronegócio total ainda seja pequeno, houve evoluções setoriais significativas, sinalizando mudanças substanciais na distribuição da renda dentro do agronegócio. (Fonte: Agência CNA)

_________________________________

Valor Bruto da Produção agropecuária deve cair 4,3% em 2006

Os cálculos do faturamento, ou do Valor Bruto da Produção (VBP), da agropecuária projetam uma queda de 4,3% para 2006. Enquanto, em 2005, a receita da agropecuária atingiu R$ 174,0 bilhões, as estimativas para 2006 apontam para o valor de R$ 166,5 bilhões. De acordo com dados da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), a redução do faturamento decorre de motivos já conhecidos pelo mercado, como a queda dos preços de alguns produtos e também da valorização cambial, que deprecia os preços internos de algumas commodities.

A redução do VBP tem maior impacto na pecuária que, em 2005, faturou R$ 72,1 bilhões e, em 2006, sinaliza para R$ 67,6 bilhões, registrando queda de 6,27%. Mas esses números ainda refletem a redução dos preços da carne bovina, ocorrida no primeiro semestre do ano. Em junho, houve recuperação, invertendo a tendência de queda no faturamento pecuário.

A carne bovina obteve o maior valor do segmento pecuário, registrando faturamento de R$ 29,2 bilhões, em 2006, contra R$ 31,2 bilhões, em 2005. Em valores absolutos, a carne bovina também apresenta maior queda do segmento, estimada em R$ 2 bilhões.

As estimativas para a agricultura indicam que o faturamento bruto do segmento poderá atingir R$ 98,8 bilhões. Em valores absolutos, o faturamento de 2006 registra perdas de R$ 3,0 bilhões em relação a 2005, quando a receita bruta atingiu R$ 101,9 bilhões, revelando queda de 2,98%.

Dentro do segmento, o faturamento de grãos e fibras pressiona as receitas da agricultura. Embora registre crescimento de 4,6% da produção, atingindo 117,9 milhões de toneladas, em 2006, o faturamento bruto chega a R$ 46,67 bilhões. A queda foi de 13,72% em relação a 2005, quando as receitas somaram R$ 54,09 bilhões.

A soja é o produto que apresenta maior perda no faturamento em valores absolutos. Em 2005, faturou R$ 26,3 bilhões e as estimativas para 2006 apontam para R$ 22,3 bilhões, com redução de R$ 4,0 bilhões na receita bruta da commodity. Essa queda de faturamento pode ser amenizada pela recuperação dos preços da soja, especialmente em outubro. As expectativas positivas para o consumo mundial do milho e a escassez do trigo no mercado internacional influenciaram positivamente as cotações da soja que, mesmo em período de colheita e de produção recorde nos Estados Unidos, registrou sucessivas altas nas cotações em Chicago.

O VBP do milho apresentou aumento de 2,2% em relação ao ano passado. Em 2005, o faturamento bruto da commodity chegou a R$ 10,3 bilhões. Para 2006, as projeções apontam para R$ 10,6 bilhões, como resultado do aumento da produção. A escassez do milho no mercado internacional, conjugada às boas expectativas de demanda mundial, principalmente para atender à produção de etanol, elevaram as cotações do milho no mercado internacional para os maiores patamares desde 2004.

No mercado interno, apesar da intervenção do governo federal, com a realização de leilões de Prop, Pep e Vep, os preços continuaram firmes, já que o período é de formação de estoques pelos compradores. Tais fatores trazem a perspectiva de recuperação dos preços do milho, que poderá encerrar o ano com um VBP ainda melhor. O trigo é outra commodity que pode refletir positivamente no resultado do VBP em 2006. Apesar da queda do VBP do trigo em 25,2%, quando comparado ao ano passado, a escassez do produto no mercado internacional tem forçado a escalada de preços, que já atinge valores recordes. O mercado interno já sente os reflexos desta alta de preços no mercado internacional, já que o principal fornecedor de trigo para o Brasil é a Argentina, cuja formação de preços é tomada no mercado internacional.

As estimativas do VBP do algodão indicam o faturamento de R$ 2,5 bilhões em 2006, com queda de 29,4% em relação a 2005, quando o faturamento atingiu R$ 3,5 bilhões. Esse resultado decorre não apenas da redução dos preços, como da queda da produção do algodão. No entanto, as boas perspectivas do mercado internacional do algodão apontam para a recuperação dos preços, o que contribuirá positivamente para o resultado do VBP da agricultura.

Os demais produtos que compõem o VBP somam o faturamento de R$ 52,2 bilhões, contra R$ 47,84 bilhões alcançados no ano passado, o que representa um incremento de R$ 4,8 bilhões no faturamento do segmento da agricultura. Tal desempenho decorre principalmente das boas expectativas de mercado da laranja e da cana-de-açúcar.

As boas perspectivas de preços que o mercado delineou para algumas culturas sinalizam que o resultado do VBP de 2006 poderá ser melhor que as estimativas iniciais. No entanto, não atingirá o desempenho obtido em 2005 e o resultado projetado ainda é insuficiente para cobrir as perdas dos últimos anos. (Fonte: Agência CNA)

_________________________________

Recuperação do setor agrícola pode fazer avançar PIB em 2007

A recuperação do setor agrícola pode fazer avançar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) no primeiro semestre de 2007. A avaliação foi feita pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, ao comentar os resultados trimestrais do PIB divulgados nesta quinta-feira (30/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a entidade, o PIB avançou 3,2 % de julho a setembro de 2006 sobre o terceiro trimestre do ano passado. O setor agropecuário foi o que alcançou maior crescimento (7,8%) no período.

“Há uma perspectiva que o setor agrícola, que sofreu nos últimos 2 anos, terá uma safra normal com preços bastante bons. Certamente isso vai colaborar para que o PIB do ano que vem, já a partir do primeiro trimestre, quando se colhe a safra do verão, seja turbinado”, disse Furlan. Questionado sobre as projeções para o PIB em 2007, o ministro disse que ficarão mais claras depois da conclusão das medidas que estão sendo elaboradas pelo governo para estimular investimentos na produção.

Na avaliação dele, o conjunto de ações será responsável pelo impacto positivo no PIB do ano que vem desde que haja uma resposta rápida da iniciativa privada. Disse o ministro que as medidas poderão “motorizar” pelo menos uns 2 pontos percentuais no crescimento, desde que a resposta do setor privado seja rápida.

Segundo Furlan as ações envolvem desoneração fiscal, crédito, amortização mais rápida de investimentos, prolongamento de prazos para recolhimento de tributos (para melhorar o capital de giro das empresas), e investimentos públicos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Neste momento, nosso desafio é fazer com que o crescimento brasileiro comece 2007 com aceleração. Não podemos deixar que a média deste ano contamine o ano que vem. Por isso o presidente Lula está cobrando medidas de estímulo à produção e exportação.” Furlan participou, no Rio de Janeiro, da abertura do 26.º Encontro Nacional de Comércio Exterior. O encontro reúne representantes de órgãos governamentais, empresários e entidades ligadas ao comércio exterior para discutir propostas de modernização competitiva para o setor. (da Agência Brasil, repórter Adriana Brendler)

Clique aqui para Comentar

Você precisa fazer o login para publicar um comentário. Logar

Deixe sua Resposta

Mais Lidas

Topo