Representantes de ministérios da Saúde e Agricultura dos países das Américas reuniram-se em Brasília, nesta sexta-feira, na 11.ª Reunião dos Diretores Nacionais de Controle de Raiva na América Latina. A pauta do encontro incluiu temas como análise da situação dos programas de raiva dos países das Américas, atenção às pessoas expostas ao vírus, eliminação da raiva humana transmitida pelo cão, prevenção da raiva transmitida pelo morcego hematófago e propostas de trabalho para as atividades de combate a raiva com integração dos setores de saúde e agricultura.
A reunião teve por objetivo de revisar as estratégias do Plano Regional de Prevenção da Raiva Humana, produzir recomendações aos países para completar o processo da eliminação da raiva transmitida pelo cão e diminuir o risco da raiva transmitida por espécies de vida silvestre nas Américas. (Fonte: Agência Brasil)
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No Brasil foram notificados 1.400 casos em herbívoros em 6 meses
Em 2005, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento notificou 1.911 casos de raiva em herbívoros. Neste ano, até junho, foram registrados cerca de 1.400 casos. A maioria dos casos ocorreu em bovinos (90,69%).
A coordenadora de raiva em herbívoros do Ministério da Agricultura, Carla Goulart, explicou que os morcegos hematófagos são o principal transmissor da raiva para os animais da pecuária de corte.
Segundo ela, o morcego hematófago é encontrado em todas as regiões do País. A vacinação não é obrigatória para bovinos, a menos que haja casos notificados na região. A veterinária orienta os proprietários a notificarem os casos suspeitos às unidades locais de atenção veterinária.
“É muito importante que o proprietário notifique casos de agressão e de presença de morcegos na sua propriedade, e também que ele não procure eliminar o morcego, não procure fechar os abrigos, por si próprio tomar as medidas de controle desses morcegos, porque são perigosos e podem transmitir a raiva para o humano”, disse Carla Goulart.
A veterinária é uma das representantes do Brasil na 11ª Reunião dos Diretores dos Programas Nacionais de Controle da Raiva da América Latina (Redipra), que terminou nesta sexta-feira (13/10), na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília.
No próximo domingo (15/10), o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fabiano Pimenta, abre a 17.ª Reunião Internacional de Raiva nas Américas, em Brasília. O evento, realizado desde 1990, é considerado o mais importante fórum de atualização científica sobre raiva. Serão apresentados e discutidos na reunião os avanços obtidos pelos países no combate à doença. (da Agência Brasil, repórter Irene Lobo)
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Brasil e União Européia podem criar comitê para discutir sanidade
A União Européia (UE) ainda não tem uma posição definitiva sobre a proposta do governo brasileiro de criação de um comitê bilateral para discutir questões referentes à sanidade e à qualidade animal e vegetal no Brasil. Segundo o ministro da Pesca, Altemir Gregolin, o assunto será analisado após o retorno à Europa da delegação chefiada pelo comissário para a Defesa e Saúde do Consumidor da UE, Markus Kyprianous.
A delegação chefiada por Kyprianous encerrou hoje (13), no Rio, visita a empresas e laboratórios para conhecer os programas de sanidade e qualidade animal e vegetal do Brasil.
O comitê teria participação de técnicos brasileiros e europeus, que manteriam reuniões periódicas para troca de informações e para conhecimento mais aprofundado da realidade, além de discutir as questões relativas às exportações e às condições do produto brasileiro, disse o ministro, em entrevista à Agência Brasil.
Na opinião do ministro, a iniciativa contribuiria para estreitar as relações entre União Européia e o Brasil, evitando “possíveis surpresas” com as exportações brasileiras. Para facilitar o trabalho do exportador nacional de pescado, o governo brasileiro está ampliando também o número de laboratórios credenciados. Gregolin disse que há um laboratório em funcionamento em São Paulo e outro habilitado em Minas Gerais.
“Estamos aparelhando um laboratório em Recife, e também queremos licenciar um laboratório no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro, de forma a dar condições adequadas para as empresas brasileiras realizarem os testes de histamina, no caso de atum, e os testes de resíduos; e possam fazer as exportações com muita rapidez, agilidade e segurança”, informou.
Segundo Gregolin, o Ministério da Agricultura, a Secretaria da Pesca e outros órgãos federais trabalham para dar ao setor privado brasileiro as condições de logística e laboratoriais poder exportar com tranqüilidade. Nos últimos 3 anos, o Brasil dobrou o volume de exportação de pescado. De acordo com Gregolin, desde 1996, o crescimento das exportações tem sido constante. “Nossa meta é ampliar cada vez mais as exportações”, disse ele. O ministro explicou que o câmbio este ano prejudicou um pouco as exportações, como ocorreu “no conjunto das exportações brasileiras”, mas o volume é crescente.
De acordo com Gregolin, o Brasil tem conseguido inclusive ampliar o mercado externo para alguns peixes nativos, como o tambaqui. Até agosto, o Brasil exportou US$ 237 milhões em pescados, dos quais 54% se destinaram aos países do bloco europeu. Os produtos mais exportados são lagosta, camarão e peixes diversos, com destaque para o atum. (da Agência Brasil, repórter Alana Gandra)