No dia 11 de agosto, o frango vivo disponibilizado no interior paulista obteve ajuste de cinco centavos. Rompeu, assim, estabilidade que persistia há quase três semanas, a despeito do mercado firme desde os primeiros dias de agosto. Foi negociado por R$2,30/kg. Idênticas condições de comercialização foram observadas em Minas Gerais onde, entretanto, a cotação permaneceu inalterada, em R$2,45/kg.
Uma vez que este último foi o segundo reajuste de cinco centavos obtido pelo frango vivo paulista nos últimos 30 dias, o produto acumula nesse período valorização de 4,5%. Mas permanece com uma cotação mais de 6% inferior à de um ano atrás e 8% menor que a registrada nos primeiros dias de 2014.
Como sugere o gráfico abaixo, não há nenhuma novidade na alta ora obtida pelo frango vivo, pois ela apenas repete (com algum atraso, é verdade) o mesmo comportamento observado em agosto do ano passado. Que, da mesma forma, também foi visto em agosto de 2012.
Só que, nos dois agostos passados, o abastecimento do mercado foi excepcionalmente diferente do atual, até aqui considerado normal. Em 2012, a oferta do mês caiu ao menor nível em 18 meses porque, simplesmente, a explosão dos custos de produção impos radical redução da produção. E em 2013 o inverno rigoroso interveio na disponibilidade do produto, ocasionando lacunas de abastecimento que se estenderam até o mês de setembro.
Como nenhum desses fatores está presente em 2014, parece difícil a continuidade do comportamento anterior. Mas não é não. Se custos ou frio já não são empecilho, um novo fator pode colocar o mercado em ebulição: a demanda externa. Da Rússia, que embargou a maioria de seus fornecedores; do México, que quer ampliar suas compras no Brasil; eventualmente, até do Japão, que anunciou pretender fugir do produto condenado fornecido por empresa chinesa.
Naturalmente, os efeitos daí advindos só serão sentidos, com efetividade, no médio prazo. Mas, com certeza, há espaço para novas e imediatas altas do frango vivo.
Fonte: Avisite
