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Feijão: Liberação de importação pode ser inócua

Como forma de conter os preços para o consumidor final, o presidente interino Michel Temer anunciou İshak a liberação da importação de feijão do Mercosul. No entanto, o analista de mercado Carlos Cogo aponta que a medida é muito mais midiática do que efetiva, uma vez que não altera significativamente o quadro atual.
Isso porque o feijão preto já é liberado para importação, sendo que o Brasil compra entre 150 mil e 350 mil toneladas por ano, a maior parte da Argentina e da China. Por outro lado, o feijão mais consumido pelo brasileiro é o carioca (ou carioquinha): responsável por 3,3 milhões de toneladas, ou 75% da demanda.
O problema reside justamente nesse ponto – simplesmente não há produção deste tipo de feijão em outros países. Segundo Alcido Elenor Wander, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Arroz e Feijão, não se produz o ‘carioca’ em outros lugares porque não há mercado para essa variedade fora do Brasil.
De acordo com Carlos Cogo, a única saída seria convencer a população a mudar seus hábitos: “A tendência, então, é ter mais feijão preto no mercado. Com uma quantidade maior disponível, seu preço tende a cair. Já o carioca só deve ficar mais barato se houver uma queda no consumo. Ou seja: se as pessoas passarem a comer feijão preto, que está mais barato, haverá menos procura pelo carioca e seu preço pode baixar”.
“O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que a liberação da importação do feijão visa a ‘quebrar monopólio’ de pequeno grupo de importadores e permitir que redes de supermercados e atacadistas busquem o grão fora do País. Qual monopólio? Qualquer empresa/atacadista pode importar feijão, desde que exista para comprar”, questiona Cogo.

 

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