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Em SP, excesso de feijão no mercado prejudica a comercialização

Produtividade acima do esperado mantém os estoques cheios.

Grãos armazenados estão perdendo qualidade e valor de mercado. 

Boa parte da safra de feijão colhida no início do ano, em São Paulo, permanece estocada nos armazéns. Falta comprador para o grão.

O galpão lotado de feijão é uma preocupação para os agricultores. A cada dia que passa, o grão perde qualidade e quanto mais escuro, menor é o valor de mercado.

Esta é a segunda vez este ano que Fernando Paranhos coloca os grãos na secadora para evitar fungos e fermentação. No ano passado, nesta mesma época, o local já estava vazio. “Em outras regiões aumentou a safra, a produção, e aí tem uma sobra de feijão. Se o governo não ajudar comprando a produção, não sabemos o que vamos fazer”, diz.

A colheita em Capão Bonito, sudoeste de São Paulo, terminou em janeiro, mas cerca de 20 mil sacas de 60 quilos continuam ocupando os armazéns. Ninguém quer vender porque o preço caiu muito. Enquanto no ano passado, a saca valia R$ 250, agora, não chega nem a metade disso.

O Ministério da Agricultura disponibilizou R$ 20 milhões para garantir o preço mínimo do produto. No Sul, Sudeste e Norte, cada produtor vai poder vender ao governo 750 sacas, pelo preço mínimo estabelecido de R$ 95 cada saca.

Os produtores estimam um custo de 10% a mais para entregar o feijão armazenado na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) porque vão ter que secar, ensacar em sacos de 60 quilos, pagar mão de obra e transporte até o armazém mais próximo credenciado, que, neste caso, fica a 300 quilômetros de distância. Nas vendas comuns, o feijão não precisa estar ensacado e o frete fica por conta das empacotadoras.

Outra preocupação é com a colheita nos estados do Paraná e Goiás. Com tanta oferta, Leomir Baldicera está desanimado. Ele vai vender as 750 sacas para Conab, mas ainda vão restar outras 750, que ele vai tentar vender por menos de R$ 50 para ração animal. Já conformado com o prejuízo de agora, ele não quer repetir o erro e pretende plantar bem menos na próxima safra.

 

Por: Globo Rural

Fonte: G1.com

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