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Dissertação traz análise microbiana do rúmen de bovinos leiteiros alimentados com forragens tropicais

Avaliar as características físico-químicas e a microbiota do suco ruminal de vacas e bezerras Holandesas alimentadas com diferentes forragens tropicais no Norte de Minas Gerais. Esse foi o objetivo do estudo realizado por Patrícia Nobre Mendes de Almeida que deu origem à dissertação defendida na manhã de hoje, dia 18, dentro do Mestrado em Ciências Agrárias/Agroecologia do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, campus regional de Montes Claros. O trabalho é intitulado Análise da população microbiana e caracterização de fungos com atividade celulolítica em fluido ruminal de bovinos leiteiros alimentados com diferentes forragens.

Segundo Patrícia Nobre, estudos sobre a população microbiana do rúmen, importantes tanto para a saúde quanto para o processo digestivo dos ruminantes, vem sendo realizados em diferentes regiões do mundo. No entanto, poucos estudos têm avaliado a caracterização e a composição dessa microbiota para animais alimentados com forragens tropicais.

Para a pesquisa, foram coletadas 30 amostras de fluido ruminal de vacas alimentadas com silagem de sorgo e 32 de vacas alimentadas em pastagem de Brachiaria brizantha. Foram ainda coletadas 12 amostras de fluido ruminal de bezerras recebendo silagem de sorgo e 11 de bezerras alimentadas com cana-de-açúcar.   

A análise do material coletado indicou que microrganismos aeróbios como bactérias, fungos micelianos e leveduras estavam presentes em populações consideráveis no líquido ruminal desses animais. Foram identificados os gêneros de Enterobacteriacea e as espécies de leveduras presentes nas amostras, considerando suas características micro-morfológicas e físico-químicas. Os isolados de fungos micelianos foram identificados e sua atividade celulolítica (degradação da celulose, presente nas plantas) foi avaliada. A atividade celulolítica dos fungos foi significativamente maior para o gênero Aspergillus, indicando o potencial biotecnológico desse microrganismo nas mais diversas áreas de pesquisa, produção animal e industrial.

Bezerras alimentadas com cana-de-açúcar apresentaram as maiores alterações na microbiota ruminal em relação aos demais grupos de bovinos estudados, com elevadas populações de Enterobacteriacea e leveduras. Segundo Patrícia Nobre, futuros estudos devem elucidar diferenças quanto às fontes de carboidratos presentes nas forragens tropicais e quanto às categorias dos animais.

De acordo com a pesquisadora, o papel ecológico ou patogênico de todos os microrganismos encontrados no rúmen dos bovinos deve ser considerado, buscando uma melhor produtividade e a saúde dos animais. Segundo ela, esse foi um trabalho de identificação que abriu um vasto campo de exploração para futuros estudos. “Agora que já sabemos ‘quem’ está lá (no rúmen), precisamos saber exatamente qual a função de cada um desses microrganismos”, finaliza.

O projeto foi desenvolvido sob orientação de Eduardo Robson Duarte e coorientação de Luciana Castro Geraseev, ambos professores do ICA/UFMG.

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