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Criadores de frango reclamam do preço pago pelas integradoras em SC

De acordo com os avicultores, o valor repassado não cobre os custos.

Além disso, há mais de três anos o valor pago por ave não seria reajustado.

Avicultores de Santa Catarina reclamam do preço pago pelas empresas integradoras pelo lote do frango. Segundo eles, o valor repassado não cobre os custos com a criação das aves.

A associação dos avicultores da região de Rio Negrinho já fez as contas. Considerando todas as despesas e investimentos para a produção, os gastos ultrapassam em mais de 35% o valor recebido por frango.

Mais de 400 famílias da região criam frangos para frigoríficos nacionais, como a Tyson do Brasil e a JBS. No sistema de integração, os produtores recebem as aves com um dia de vida e a ração necessária para o desenvolvimento até que elas tenham quase 3 quilos, em aproximadamente 45 dias. Os outros custos, como despesas com energia elétrica e estrutura, devem ser arcados pelo avicultor. Com isso, os produtores acumulam dívidas que não sabem como pagar.

Se for necessário uma greve, nós vamos entrar em greve, vamos parar de alojar e não vamos mais deixar abater”

Lisa Mara Netipanyj, presidente da Associação dos Criadores

Entre os investimentos estão a compra de geradores de energia, silos de ração e um sistema automático de controle de alimentação e refrigeração. Os avicultores dizem que os equipamentos são exigências das empresas para os novos integrados.

Erikson Linus Wantowski investiu mais de R$ 1 milhão para construir um aviário com capacidade para até 81 mil aves e está tendo prejuízos. “Em pouco mais de dois anos de produção, eu já tirei mais de R$ 100 mil de outros investimentos para suprir as necessidades do aviário”, diz.

Os produtores contam ainda que há mais de três anos não há reajuste no valor pago por ave.

Procurada pela reportagem, a Tyson do Brasil disse que o valor pago por frango é uma relação entre o consumo de ração e o peso do animal no momento do abate. A empresa diz que paga valores mais altos para os produtores que fazem mais investimentos nas propriedades. Já a JBS informa que mantém contato constante com os integrados para encontrar uma solução justa para a questão do preço.

Os avicultores pretendem manter as negociações, mas se não forem ouvidos, podem tomar outras medidas. “Se for necessário uma greve, nós vamos entrar em greve, vamos parar de alojar e não vamos mais deixar abater”, explica Lisa Mara Cristoff Netipanyj, presidente da Associação dos Criadores.

Os avicultores querem negociar também a redução nos intervalos entre os lotes e o tempo de permanência dos frangos nas granjas.

 

Por: Globo Rural

Fonte: Globo Rural

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