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Cana: Odebrecht Agroindustrial lucra de R$ 75 mi em 2013/14

A Odebrecht Agroindustrial, braço sucroalcooleiro do Grupo Odebrecht, relatou lucro líquido consolidado em 2013/2014 de R$ 75 milhões. Com nove usinas produtoras de etanol, energia elétrica e açúcar, distribuídas pelos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, a companhia reverte, assim, uma série de prejuízos no período de consolidação, desde a fundação, em 2007, o último deles de R$ 1,3 bilhão, em 2012/2013.

O resultado positivo de 2013/2014 foi favorecido, no entanto, pela injeção de recursos da venda de ativos e dos direitos de outorga e contratos de comercialização de energia elétrica a partir da cogeração da biomassa da Odebrecht Agroindustrial para a Odebrecht Energia Renovável, ambas controladas pela mesma companhia. O valor da venda foi de R$ 3,7 bilhões e gerou um ganho de capital bruto R$ 2,036 bilhões à Odebrecht Agroindustrial, dos quais um total de R$ 1,1 bilhão já foi para o caixa do braço sucroalcooleiro.

Mesmo com a operação, a Odebrecht Agroindustrial cita, em seu balanço, um “excesso de passivos circulantes sobre ativos circulantes, consolidados, no montante de R$ 3,83 bilhões”. Segundo a companhia, esse endividamento ocorreu pelos investimentos feitos nas compras e construções de usinas, pelas geadas que atingiram quatro usinas no ano passado, bem como pela “ausência de uma política governamental concreta para os preços dos combustíveis, ocasionaram impacto significativo nas margens dos produtos”.

A Odebrecht Agroindustrial tem capacidade de produzir 3 bilhões de litros de etanol por safra, a maior do País e a maior do mundo do combustível feito de cana-de-açúcar. Por priorizar o etanol, a companhia sofre com os impactos na margem para a comercialização do álcool com o controle do preço da gasolina pelo governo.

De acordo com o balanço da Odebrecht Agroindustrial, o endividamento é “monitorado e deverá ser revertido no decorrer das próximas safras”. A empresa cita dez fatores para justificar essa perspectiva, entre eles ganhos de volume e produtividade nas usinas e lavouras, bem como a redução de custos e investimentos.

Além da queda prevista nos custos operacionais e os possíveis ganhos resultantes dessas operações, a Odebrecht Agroindustrial relata operações financeiras que darão fôlego à empresa. A primeira é a entrada de R$ 2,5 bilhões captados na operação junto à Odebrecht Energia Renovável, com a emissão de debêntures privadas à empresa do mesmo grupo.

A Odebrecht Agroindustrial espera, ainda, concluir o alongamento da dívida de R$ 1 bilhão com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outras instituições financeiras, e ainda a negociação com credores para rolagem das dívidas de curto para longo prazo. Essa operação terá, segundo a empresa, impacto em caixa de R$ 1 bilhão na atual safra 2014/2015 e de R$ 3 bilhões até a safra 2016/2017.

Por fim, a companhia cita fatores que dependem dos governos federal e estaduais para se tornarem viáveis, como o aumento dos preços da gasolina, redução da carga tributária e foco na aceleração da monetização dos créditos tributários, em especial de ICMS, PIS e Cofins. As nove usinas da Odebrecht Agroindustrial têm capacidade instalada de moagem de 35,4 milhões toneladas de cana por safra.

As usinas processaram 22,5 milhões de toneladas de cana na safra 2013/2014, ou 63,5% da capacidade disponível. Mesmo com os impactos da geada, a moagem na safra passada superou em 19% as 18,9 milhões de toneladas processadas na safra 2012/2013.

 

Por: Agencia Estado

Fonte: Globo Rural

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