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Café na dianteira

Em Minas Gerais, a cafeicultura ainda responde pela liderança da balança comercial do agronegócio. Valorização do grão neste ano é positiva, apesar da retração na produção gerada pela estiagem

Favorecido pela valorização dos preços, que cresceram a partir do início do ano, o café continua na liderança da balança do agronegócio mineiro. De janeiro a junho, as exportações do grão somaram US$ 1,78 bilhão, o que é 12% superior às vendas externas apuradas no primeiro semestre do ano passado. O café corresponde a 47,2% do total das exportações do agronegócio mineiro, sendo que a produção do estado também responde por 61,2% das exportações brasileiras do grão.

João Ricardo Albanez, superintendente de política e economia agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG), aponta que a comercialização do grão ocorre com embarques distribuídos ao longo de todo o ano. “No primeiro semestre foi observado um crescimento de 20% na quantidade exportada e de 12% no valor vendido ao exterior.”

A perspectiva é que Minas Gerais tenha este ano uma safra menor, motivada pela estiagem. Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 2014 deve fechar com a colheita de 44 milhões de sacas, 5 milhões a menos que em 2013. Em relação ao preço da tonelada, no entanto, o café apresentou incremento de 25,9%. A tonelada tem sido avaliada em cerca de US$ 3,45 mil neste ano, frente ao valor de US$ 2,74 mil praticado no primeiro semestre de 2013.

Aline Veloso, coordenadora da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) considera que a estimativa da Conab pode ainda ser revisada para baixo. Ela explica que as questões climáticas em Minas Gerais, maior produtor do país, provocaram perdas consideráveis. A especialista também reforça que, apesar de a cotação ter se recuperado frente ao ano passado, muitos cafeicultores fecharam seus contratos em 2013, sendo pressionados pelo baixo preço e alta dos custos. “Quem conseguiu melhor planejamento para comercializar pontualmente seus lotes deve auferir maior rentabilidade.”

João Roberto Puliti, produtor de café no Sul de Minas, diz que a despeito da recomposição dos preços, o cenário continua apertado para o cafeicultor. Ele aponta que fortes oscilações permanecem no mercado, gerando instabilidade nos preços. Para se ter ideia, em janeiro, a média de preços para a saca do café em Minas era de R$ 285, atingindo R$ 446 em abril, caindo para R$ 392 em junho,  e abrindo julho a R$ 380. Puliti também reforça que a safra deste ano será menor por causa da seca. “O setor teve uma perda grande, porque com a seca o café não granou, não atingiu o ponto bom para a colheita”, observa.

Milho em baixa

No sobe e desce do mercado, ao contrário dos últimos dois anos, o Brasil deve perder espaço nas exportações de milho. Segundo nota técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a recuperação da produção nos Estados Unidos e na Argentina, tradicionais exportadores do cereal, deve pressionar a demanda pelo grão, reduzindo as vendas externas brasileiras. No primeiro semestre, os embarques de milho caíram 54,5% em receita e 68,3% em volume. As dificuldades de escoamento da produção também reduzem a competitividade do Brasil no mercado internacional. 

 

Autor: Marinella Castro

Fonte: Jornal Estado de Minas

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