Notícias

Banana orgânica do Jaíba alcança o mercado de São Paulo

Produtor vai fornecer a partir de junho para 30 supermercados

BELO HORIZONTE (24/05/2010) – Bananas orgânicas cultivadas em uma propriedade localizada no Projeto Jaíba, na região Norte de Minas, vão ocupar o lugar de bananas convencionais nas gôndolas de uma grande rede de supermercados de São Paulo. O produtor Márcio Sonomura assumiu o compromisso de fornecer semanalmente, para a rede cerca de 14 mil quilos da fruta. Ele diz que os embarques serão feitos a partir da primeira semana de junho.

Sonomura informa que as bananas nanicas ou caturras, produzidas na Fazenda Arco Verde, serão comercializadas em 30 das 60 lojas que compõem a rede de supermercados Pão de Açúcar. “Será uma experiência muito importante a partir da aposta de uma idéia da empresa que administra os supermercados, com o objetivo de atender a um volume crescente de consumidores que preferem alimentos orgânicos”, ele explica.

Maior produtor de banana orgânica para o mercado in natura no Brasil, Sonomura adota as práticas alternativas de cultivo há quatro anos, obtendo safras anuais da ordem de 2 mil toneladas. Antes da crise econômica mundial, iniciada no segundo semestre de 2008, ele fornecia a fruta com exclusividade para a Alemanha na condição de único produtor, no Brasil, a comercializar banana orgânica no mercado internacional. A experiência foi bem-sucedida, porque a nanica, além de ser saborosa, demora mais que as outras para amadurecer depois da colheita. “Este fator é de fundamental importância quando se trata de exportação, porque o produto pode demorar mais de 20 dias no contêiner de um navio e tem que chegar ainda verde ao destino”, destaca.                   

Atualmente, a produção colhida em 75 hectares da Fazenda Arco Verde é comercializada apenas no mercado interno, mas Sonomura pretende reiniciar as exportações quando for superada a crise na Europa. “Por enquanto o câmbio é desfavorável”, ele explica. Já no mercado interno, o produtor tem comercializado a banana orgânica ao preço médio de R$ 8,00 a caixa de 22 quilos.    

O investimento na produção orgânica é válido, segundo o produtor, porque “o sistema preserva o solo e o conjunto das condições ambientais”. Uma das consequências é a manutenção de micro-organismos benéficos à cultura, possibilitando plantas mais saudáveis e uma boa produtividade. O custo do material orgânico que Sonomura utiliza no cultivo de banana equivale ao dos produtos químicos convencionais, e além disso ele utiliza os recursos próprios da fazenda. “Temos 14 cabeças de gado, que produzem leite e esterco para ser transformado em biofertilizante e injetado no sistema de irrigação das bananeiras. A propriedade ainda conta com cem carneiros que consomem a vegetação entre as bananeiras, e temos também galinhas, que consomem os insetos que podem prejudicar a plantação.

Força da certificação
De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, João Ricardo Albanez, o mercado de alimentos orgânicos é cada vez mais competitivo e sempre oferece novas alternativas. “O segmento de frutas tropicais oferece possibilidades de renda tanto para os produtores mineiros interessados em exportar quanto para aqueles que preferem expandir sua atuação no mercado interno. Embora o custo de produção dos orgânicos seja geralmente mais alto, as propriedades ajustadas às exigências da certificação têm boas perspectivas de renda”, completa.      

Alimentos orgânicos só podem ser destinados à comercialização no atacado ou à exportação por produtores com propriedade certificada. A certificação é fornecida por empresa particular credenciada.  

“Para os agricultores familiares que vendem seus produtos diretamente ao consumidor (feiras livres) a certificação é dispensada com base na Lei 1.0831 de 2003, Decreto 6.323 de 2007”, explica o superintendente de Segurança Alimentar e Apoio à Agricultura Familiar da Secretaria da Agricultura, Lucas Scarascia. Ele acrescenta que, para se beneficiar da lei, o agricultor familiar tem que estar vinculado a uma Organização de Controle Social (OCS), associação cadastrada no Ministério da Agricultura ou em outro órgão fiscalizador da União, Estado ou município.

“A organização dos agricultores familiares é fundamental, porque possibilita a expansão da oferta de produtos orgânicos para o consumidor e dá aos produtores uma oportunidade de melhorar a renda, pois os preços dos produtos são diferenciados”, assinala o superintendente. De acordo com Scarascia, a produção de alimentos orgânicos na agricultura familiar é crescente e faz parte da história desse segmento.

Semana do orgânico
A certificação de propriedades para a produção de alimentos orgânicos é um dos temas da VI Semana de Alimento Orgânico, aberta no domingo (23). Dentro da programação, o IMA vai manter na quinta e na sexta-feira (27 e 28) um plantão montado pelo UNI-BH no campus do bairro Buritis, em Belo Horizonte, com o objetivo de tirar dúvidas sobre o programa de certificação.      

A semana, que prossegue até domingo (30), é uma promoção do Ministério da Agricutura e instituições mineiras que integram a Comissão de Produção Orgânica no Estado, como a Emater-MG e a Epamig, também vinculadas à Secretaria da Agricultura. A Emater vai realizar, nesta terça-feira (25), palestras sobre a produção orgânica em parceria com a prefeitura de Rio Pardo de Minas, na região Norte do Estado. Já a Epamig lançou, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a publicação “Controle Alternativo de Pragas e Doenças na Agricultura Orgânica”.   

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento –  Assessopria de Comunicação Social
Jornalista responsável: Ivani Cunha
Contato: (31) 3215-6568

Clique aqui para Comentar

Você precisa fazer o login para publicar um comentário. Logar

Deixe sua Resposta

Mais Lidas

Topo