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Adenite Eqüina ou Garrotilho

A Adenite Eqüina, ou Garrotilho como é conhecida, tem essa denominação devido à aparência que o cavalo acometido assume, este parece estar sendo estrangulado (garroteado) devido ao aumento de volume dos linfonodos. 

O Streptococcus equi é uma bactéria capaz de sobreviver nas secreções purulentas sob condições ambientais por semanas a meses. Possui uma morbidade de aproximadamente 100% mas é de baixa mortalidade. O impacto econômico da doença sobre uma propriedade que sofre um surto de garrotilho é significativo, pois além das despesas com o tratamento alguns animais enfermos dificilmente recuperam-se totalmente. 

Essa enfermidade pode ser observada em cavalos de todas as idades, no entanto, os animais jovens na faixa etária de meses até cinco anos têm maior predisposição para a doença. Os cavalos senis podem apresentar quadros mais brandos da doença apenas com rinite catarral sem abscedação dos linfonodos, por já terem adquirido certa imunidade contra o agente. 

Uma parcela dos equinos que tiveram a doença apresentam sequelas em decorrência de tratamentos mal administrados ou ainda por serem acometidos por outras enfermidades concomitantemente. 

Os sinais clínicos observados nos animais com Garrotilho geralmente tem início com uma febre abrupta e sinais de anorexia, depressão, secreção nasal serosa que com o passar dos dias torna-se mucopurulenta e/ou purulenta, aumento de volume dos linfonodos retrofaríngeos laterais e submandibulares. Normalmente o corrimento nasal é bilateral e os linfonodos apresentam-se doloridos à palpação, os animais doentes com certa frequência apresentam dispnéia, tosse e espirros. Alguns animais podem apresentar-se anêmicos. 

O quadro de garrotilho evolui de duas a quatro semanas quando há recuperação total do animal infectado. Nos casos mais graves a doença pode prevalecer por até três meses, nesse período o animal doente ainda dissemina o agente. Por isso, devem-se manter os animais infectados isolados dos animais sadios clinicamente. 

Quando ocorre a morte do animal essa geralmente se dá por complicações da doença como a púrpura hemorrágica, pneumonia, asfixia, endocardite, rompimento de abscessos tardios e septicemia. 

Nos animais que adquirem sequelas, mas sobrevivem à doença essa geralmente se manifesta na forma de empiema das bolsas guturais, sinusite, hemiplegia laringeana, púrpura hemorrágica e agalactia. 

O tratamento deve ser estipulado de acordo com a fase da doença e a gravidade dos sinais clínicos, podendo ser necessária ou não a administração de antibióticos. O antibiótico de eleição nesses casos é a penicilina, mas é importante levar em consideração o número de animais doentes e a facilidade de administração devendo-se respeitar as doses e os intervalos entre medicações. Os abscessos devem ser tratados topicamente com pomadas rubifacientes que estimulam sua maturação, assim como o uso de compressas quentes. Quando os abscessos rompem e começam a drenar deve-se realizar uma limpeza diária da ferida com solução de iodopovidine na concentração de 3 a 5% até a completa resolução do processo de drenagem. Os antiinflamatórios não esteroidais são administrados visando diminuir a dor e o edema ocasionados pela doença. 

O uso da fluidoterapia e alimentação via sonda são recomendados quando o animal encontra-se anoréxico. 

É essencial que sejam tomadas medidas preventivas quando um novo animal é introduzido em uma propriedade, determinando que este permaneça em quarentena isolado dos demais animais até que seja comprovada sua sanidade. 

Atualmente existem vacinas que proporcionam imunidade temporária aos cavalos que devem ser periodicamente revacinados com o intuito de amenizar o quadro da doença caso essa venha a se manifestar. 

A prevenção vacinal e cuidados de manejo quando eficientes são métodos eficazes para livrar uma propriedade de um surto de garrotilho.

 

 

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