Alta importação de azeite estimula produção no Norte Pioneiro; chegada das primeiras mudas é aguardada com expectativa em Ibaiti
Ibaiti – O produtor rural Haroldo Regazzo, de Ibaiti, está de olho em um mercado que tem boas perspectivas de crescimento no Brasil nos próximos anos: a produção de azeite de oliva. E o principal motivo é que o País importa 99% do azeite que consome. Há dois anos, este alto índice de importação do produto também estimulou produtores de Ribeirão Claro a cultivar oliveiras.
Regazzo faz parte de um pequeno grupo de produtores rurais de Ibaiti que vai iniciar o plantio de oliveiras como forma de diversificação de culturas em suas propriedades. Ele vai plantar 3 mil mudas de uma só vez. As plantas foram compradas de uma empresa de Minas Gerais. A chegada do primeiro lote de 10 mil mudas, prevista para este mês, é aguardada com expectativa entre os produtores.
Embora seja possível o plantio de oliveiras em áreas onde já exista café, Regazzo optou por fazer o plantio em uma área exclusiva, com pouco mais de 8 hectares. Ele está tão confiante na nova cultura que pretende fazer o esmagamento das azeitonas na própria propriedade. “Quero que o produto saia industrializado de minha propriedade. Isso é um baita de um negócio”, afirma, com entusiasmo.
O cultivo de oliveiras é incentivado pela Prefeitura de Ibaiti. A Secretaria da Agricultura do município fez um estudo e concluiu que a terra e o clima do município são apropriados para o cultivo de oliveiras. A partir desta conclusão, a secretaria organizou, há alguns meses, um grupo de produtores interessados e fez contato com a empresa que produz as mudas e repassa as orientações necessárias aos produtores.
O secretário de Agricultura, Luiz Celso Gonçalves, diz que o primeiro grupo que vai fazer o plantio de oliveiras no município é formado por 17 agricultores, mas garante que o número de interessados é bem maior. “Têm muitos produtores que são iguais a São Tomé: querem ver para crer. Primeiro eles querem ver o resultado nas lavouras de seus vizinhos para depois decidirem se fazem esta opção”, explica o secretário.
Gonçalves diz que é possível o cultivo de oliveiras na mesma área de café, com o aproveitamento da mesma máquina e outros acessórios para a colheita. Segundo o secretário, o interesse dos produtores por esta cultura surgiu depois da geada de agosto do ano passado que dizimou boa parte dos pés de café no município.
Ele ainda diz que a intenção é incentivar a diversificação da produção primária no município. Além do café, a Prefeitura de Ibaiti tem programas específicos de incentivo à produção de leite, de frutas e de peixes.
“Quero que o produto saia industrializado de minha propriedade.
Isso é um grande negócio”
Por: Eli Araujo
Fonte: Folha Web
